Um dos donos do sítio frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Atibaia (SP), o empresário Jonas Leite Suassuna Filho é conhecido na alta sociedade da Barra da Tijuca, bairro onde mora na zona oeste do Rio, pelo gosto por vinhos, charutos cubanos, fina gastronomia e obras de arte.
Em junho de 2013, a festa de casamento dele com Claudia Bueri, também empresária, foi reservada a 70 convidados e tema de colunas sociais, que registraram a cerimônia realizada no sofisticado duplex do casal no Condomínio Península.
Amigos de muitos anos sabem do gosto do casal pela casa na Ilha dos Macacos, em Angra dos Reis (sul fluminense), mas não sabiam da propriedade no interior paulista. A ligação com o ex-presidente e com um dos filhos do petista, Fábio Luís, o Lulinha, também não é muito comentada por Jonas, segundo amigos.
“Já fui convidada algumas vezes para a casa de Angra, mas não conheço. Não sabia que ele tinha esse sítio. Se ele emprestou ao presidente Lula, não há por que recriminá-lo”, diz a socialite Vera Loyola, símbolo da “sociedade emergente” da Barra da Tijuca, amiga do empresário há 20 anos.
Suassuna é dono, em sociedade com os filhos, Bianca e Caio, do Grupo Gol, conglomerado que reúne editora e empresas de tecnologia da informação e criação de aplicativos, como o “Bíblia no celular”, com trechos do livro sagrado na voz de Cid Moreira.
Durante alguns anos, o Grupo Gol pagou o apartamento onde Lulinha morava, nos Jardins, em São Paulo. Agora, Lulinha mora em apartamento em Moema, de propriedade do empresário. Lulinha e Suassuna são sócios na empresa Gamecorp.
Outro amigo que já tinha ouvido falar muitas vezes da casa de Angra dos Reis, mas desconhecia a existência do sítio em Atibaia, é o empresário Eder Meneghine, produtor de festas badaladas na Barra. Foi dele a produção do casamento de Suassuna e Claudia. “Soube do sítio em Atibaia quando li nos jornais. Jonas sempre foi uma pessoa maravilhosa. Poucos clientes nos pagam antecipado, à vista. Jonas é um deles”, comenta o produtor.
Ilha
As paredes da fachada em vidro verde, de frente para o mar, cercadas por palmeiras e com a Mata Atlântica ao fundo, chamam a atenção de quem navega ao largo da Ilha dos Macacos, vizinha à turística Ilha Grande, joia do litoral do Estado do Rio.
A história que se conta na Ilha Grande, sem comprovação documental e sem testemunhas que o tenham visto, é de que a casa pertenceria ao ex-presidente. “A gente passa aqui com turistas e mostra essa casa como se fosse do Lula. Eu não tenho certeza, mas o comentário é esse”, afirma o condutor de táxi boat Bruno Moreira, de 32 anos.
Odileia Generoso, de 63 anos, moradora de uma das outras três casas da Ilha dos Macacos, conta já ter visto o filho do ex-presidente na casa do vizinho. “Lulinha já esteve aí várias vezes. O Lula, eu só ouvi falar.”
Da prainha onde ela mora, saía uma trilha que chegava à casa de Suassuna. “Depois da reforma, colocaram cerca e não tem como ir para lá andando.”
Durante a reforma, feita há cerca de dois anos, embarcações traziam os materiais de construção de Angra. Nesta semana, a colunista social Anna Ramalho divulgou, em seu site, que a obra custou entre R$ 3 milhões e R$ 4 milhões, custeados por Suassuna, que teria supervisionado pessoalmente os trabalhos, sendo que em uma ocasião na companhia do sócio Lulinha.
O caseiro que cuida da propriedade de Suassuna, e que se identificou apenas como Sebastião, negou que haja relação do imóvel com Lula e Lulinha. “Sempre passa um povo aqui de barco xingando o Lula, mas essa casa não tem nada a ver com ele. Aqui é da família Suassuna. O resto é boato, cada um fala o que quer”, afirma.
O advogado Wilson Pimentel, que há dez anos atende Suassuna, informa que o empresário comprou o imóvel na Ilha dos Macacos há cerca de cinco anos e que já recebeu na casa a visita do ex-presidente e de Lulinha. Afirma, porém, que Lula e o filho jamais dormiram na casa. Segundo Pimentel, eles estavam a passeio em Angra e fizeram visitas durante o dia. O advogado diz que Suassuna nega que tenha decorado uma suíte exclusiva para Lula, como circula em redes sociais.
Sobre o sítio em Atibaia, o advogado diz que Suassuna e Fernando Bittar, também sócio de Lulinha, compraram na mesma época dois terrenos contíguos, mas com matrículas diferentes na prefeitura, e que eles não são sócios na propriedade. A respeito do apartamento onde Lulinha vive, em São Paulo, o advogado afirma que ele paga aluguel mensal a Suassuna, declarado no Imposto de Renda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.