A recessão brasileira e o preço baixo das commodities são favas contadas nas previsões para 2016. De Tóquio a Nova York, o cenário para o próximo ano tem poucas variações em grandes temas econômicos. Por isso, o dinamarquês Saxo Bank fez um exercício de pensar fora da caixa ao publicar uma lista de “previsões ultrajantes”. Neste ano, a recuperação do Brasil turbinada pela Olimpíada e a disparada do barril do petróleo para US$ 100 fazem parte da lista de apostas altamente improváveis, mas que poderiam virar o mercado de cabeça para baixo.
A lista de dez previsões improváveis vai da rápida redução da desigualdade social na Europa a um novo estouro de uma bolha no Vale do Silício. Nesse exercício do improvável, o Saxo Bank reservou um lugar para Brasil. “Estabilização, gastos para investimentos na Olimpíada e reformas modestas vão gerar repercussão no sentimento no Brasil”, cita a previsão ultrajante número quatro para 2016.
Essa reviravolta do sentimento com relação ao País seria tão grande que, na previsão ultrajante, o Brasil “lideraria a reação dos mercados emergentes” com uma forte retomada das bolsas de valores desses países. Ainda ajudadas pelas moedas desvalorizadas, as exportações desses mercados ganhariam força e consolidariam a saída da crise dos emergentes. “Resultado: as ações dos mercados emergentes saltariam 25% em 2016!”, cita o banco inclusive com o ponto de exclamação.
A previsão número seis trata do petróleo. No exercício de pensar o improvável, o banco cita a hipótese de que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) cortar a produção junto com a piora do cenário geopolítico no Oriente Médio. Como resultado, o barril do petróleo muda radicalmente de tendência e atinge o pico de US$ 100.
Entre as demais apostas improváveis, estão o fortalecimento do euro até US$ 1,23, a valorização de 20% do rublo russo e uma derrota dramática dos republicanos na eleição de 2016 nos Estados Unidos.
“As previsões ultrajantes do Saxo Bank continuam a ser um exercício de encontrar dez ideias controversas e independentes que poderiam colocar o mundo do investimento de cabeça para baixo. É gratificante ver como as previsões incitam a imaginação dos nossos clientes e serve de combustível para o debate”, diz o economista-chefe do banco com sede em Copenhagen, Steen Jakobsen.