Economia

Térmicas mais caras do Nordeste não serão religadas em tempo integral, diz MME

Ao contrário dos últimos anos, as usinas térmicas mais caras do Nordeste não precisarão ser religadas de maneira contínua, informou nesta segunda-feira, 18, o Ministério de Minas e Energia (MME). Embora a escassez de chuva continue afetando o nível dos reservatórios das hidrelétricas na região, as termelétricas com custo de operação (CVU) superior a R$ 600 por megawatt/hora só serão utilizadas nos horários de pico, para substituir usinas em manutenção ou em emergências.

No fim de agosto do ano passado, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu desligar todas as térmicas com CVU superior a R$ 600 MW/h. Isso possibilitou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) reduzir o preço da bandeira vermelha de R$ 5,50 para R$ 4,50 a cada 100 kW/h consumidos desde setembro, mas não foi suficiente para baixar a bandeira para o patamar amarelo.

De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), como as térmicas do Nordeste não serão religadas em tempo integral, o seu uso eventual não entra no cálculo das bandeiras tarifárias. Portanto, estaria descartado o retorno da bandeira vermelha para o preço anterior de R$ 5,50 por 100 kW/h consumidos. Só impactam a conta das bandeiras as térmicas escaladas no Programa Mensal de Operação (PMO), enquanto as usinas mais caras entrarão – quando necessário – apenas na Programação Diária da Operação Eletroenergética.

Segundo o MME, mesmo que o uso eventual dessas térmicas por algumas horas do dia fizesse parte do cálculo das bandeiras, não teria peso suficiente para alterá-las, por se tratar de uma pequena quantidade de energia. Segundo o ONS, o grupo de térmicas mais caras do Nordeste foi responsável por apenas 1,97% de toda a geração de energia do País entre os dias 3 e 13 de janeiro. Essas usinas geraram apenas 2.643 MW médios, enquanto todo o parque térmico brasileiro gerou 125.186 MW médios no mesmo período.

De acordo com a avaliação do CMSE, que se reuniu na última quarta-feira (13), essa situação de segurança do sistema pode ainda melhorar ao longo do ano. Um das razões é a perspectiva de aumento do nível dos reservatórios da Região Norte, o que possibilitará a exportação de energia hídrica para o Nordeste no decorrer de 2016.

“O abastecimento da região continuará sendo feito sem sobressaltos com a geração, mesmo reduzida, das usinas do Rio São Francisco; com os parques eólicos da região, que continuam em expansão; com a importação de energia do Norte e do Centro-Sul; e com as térmicas de base da região”, completou o MME.

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