A Smiles, empresa de programa de fidelidade controlada pela Gol, fechou uma parceria com a Air Canada que permitirá aos seus clientes o uso da área canadense para o acúmulo e resgate de milhas. Com o acordo, a Air Canada torna-se a décima segunda companhia aérea a fechar parceria com a Smiles.
“Apesar do momento de dólar alto e baixa demanda para o exterior, a Smiles tem crescido muito no negócio de voos para fora do Brasil. Claramente, estamos ganhando mercado nesse segmento, isso mostra que a estratégia tem sido muito bem sucedida”, diz o presidente do Smiles, Leonel Andrade, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. “A Air Canada é importante. A América do Norte é um destino muito forte de brasileiros, e agora passamos a ter exclusividade dessa companhia”, afirma, completando que o Canadá é um destino importante para passeios e também para intercâmbios estudantis e comerciais.
No acumulado dos nove primeiros meses de 2015, a Smiles verificou um crescimento de 63% nas emissões de bilhetes nas empresas aéreas parceiras internacionais em relação ao mesmo período de 2014. Além disso, nos resultados do terceiro trimestre de 2015, as parceiras representaram 20% dos resgates internacionais da Smiles.
Apesar do entusiasmo com os resultados das parcerias, o presidente da Smiles afirma que a empresa não possui uma meta de novas parcerias a ser atingida. “Existem discussões com outras companhias, mas sem meta. Acho que temos a possibilidade de outras duas ou três aéreas nos próximos 18 meses”, disse.
Além da Air Canada, a Smiles possui acordos com Gol, Delta, Air France, KLM, Aerolíneas Argentinas, Alitalia, TAP, Copa, Korean, Qatar e Etihad. Para Andrade, essa rede dá a Smiles uma cobertura adequada e, por isso, não há urgência em fechar novos acordos. “Hoje, cobrimos o mundo todo de forma consistente”, diz. “Agora, temos 12 companhias aéreas parceiras, isso reforça o nosso foco para o viajante, e, principalmente, a nossa atratividade para os clientes de alta renda”.
A Air Canada atende atualmente mais de 190 destinos – do Brasil, partem semanalmente sete voos de São Paulo e outros três do Rio de Janeiro com destino a Toronto. A companhia canadense oferece serviço regular de passageiros direto para 63 aeroportos no Canadá, 52 destinos nos Estados Unidos e 86 na Europa, Oriente Médio, Ásia, África, Austrália, Caribe, México, América Central e América do Sul.
O executivo ainda destaca que é cedo para calcular quaisquer estimativas de impacto nos resultados da Smiles em função do acordo com a Air Canada, limitando-se a afirmar que as emissões costumam ser fortes nos primeiros momentos da parceria. “Há uma demanda reprimida, e no ato da implantação também há muita oferta por parte da companhia”. A emissão de passagens com milhas da Air Canadá já pode ser realizada no site da Smiles.
Bancos
Andrade também comentou os recentes acordos firmados entre Smiles e dois bancos – Itaú e Banco do Brasil -, que permitiram a revisão dos termos de conversão entre os pontos acumulados nos programas de fidelidade das duas instituições financeiras e o Smiles.
No caso do Itaú, a relação anterior previa que cada 1,25 ponto do programa “Itaú Sempre Presente” poderia ser convertido em uma milha – com o novo acordo, um ponto do programa do Itaú irá corresponder a uma milha Smiles. Já o Banco do Brasil reduziu o piso de transferências do “Ponto pra Você” para milhas Smiles, passando de 10 mil para 5 mil pontos, por um período inicial de seis meses.
Para Andrade, a relação com os bancos é vital para o negócio de empresas de fidelidade, uma vez que a maior parte das milhas do mercado vem das instituições financeiras. Na opinião do presidente da Smiles, os preços atrativos oferecidos pela companhia, em conjunto com o alto engajamento dos clientes Smiles, fazem com que a empresa torne-se atrativa para os bancos.
“Há três anos, os bancos sempre diziam que queriam operar mais com a Smiles, mas era importante que o consumidor tivesse interesse, e a Smiles tinha baixa atratividade, principalmente no internacional”, diz o executivo. “Hoje, está bem mais fácil fazer acordos com os bancos porque os clientes estão aderindo cada vez mais ao Smiles. Os clientes querem viajar, e nós permanecemos com nosso foco para o viajante. Não entramos na briga de outros segmentos”.