A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid iniciou na manhã desta terça-feira, 22, a sessão para coletar o depoimento do deputado Osmar Terra (MDB-RS). Ele é apontado como "ministro paralelo" do governo Jair Bolsonaro na condução da pandemia de covid-19 e um dos principais influenciados do chamado "gabinete das sombras", ou "gabinete paralelo" que assessorou o chefe do Planalto na crise. A comissão avalia incluir o chefe do Planalto na lista de investigados.
Inicialmente, Terra foi convocado como testemunha na CPI, mas, após acordo com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o requerimento foi transformado em convite. A convocação de um deputado no Senado poderia ser questionada na outra Casa Legislativa.
Na mesma sessão, estava prevista a votação de a quebra dos sigilo telefônico, fiscal e bancário de gestoras de unidades de saúde do Rio de Janeiro e de empresas do empresário Carlos Wizard. Essa etapa, porém, foi adiada para quarta-feira, dia 23.
O deputado e ex-ministro da Cidadania deve ser questionado pelos senadores sobre o "gabinete paralelo" e o incentivo a posturas com o uso de medicamentos sem eficácia comprovada contra a covid e se e como assessorou o chefe do Planalto na crise e a aposta na imunidade de rebanho, defendida por Bolsonaro.
"O presidente da República várias vezes externou essa mesma opinião (imunidade por transmissão) e nos parece que ele (Terra) é o grande influenciador dessa estratégia que, na minha visão, é uma estratégia criminosa", disse o senador Humberto Costa (PT-PE) em coletiva de imprensa antes da reunião de hoje.