Estadão

Dólar cai com exterior, após alta por cautela com atividade, fiscal e política

O dólar abriu esta quinta-feira com baixa leve, ajustando-se ao sinal predominante no exterior, mas rapidamente devolveu as perdas e passou a subir, com máxima a R$ 5,1961 no mercado à vista. Logo depois, o dólar voltou a exibir viés de baixa sob influência da queda predominante no exterior frente outras moedas emergentes ligadas a commodities, como peso mexicano, lira turca e rand sul africano.

Os investidores demandaram dólar, apoiando alta dos preços, por precaução, diante da inflação crescente, revisões em baixa para o crescimento do País neste ano e em 2022 e as quedas da produção industrial brasileira em julho ante junho na margem e na comparação interanual maiores que as esperadas pelo mercado.

Além disso, segundo operadores do mercado, os ajustes refletem cautela fiscal e com a política institucional, após a Câmara aprovar o texto base da reforma do Imposto de Renda (IR), o que era inesperado e só ocorreu porque o Senado impôs duas derrotas ao governo ontem à noite: aprovou mudança nos planos de saúde das estatais, que pode inviabilizar a privatização dos Correios, e rejeitou a medida provisória da reforma trabalhista.

A produção industrial caiu 1,3% em julho ante junho, na série com ajuste sazonal, ante mediana negativa de 0,7% esperada pelo mercado e dentro do intervalo (queda de 2,00% a alta de 1,7%). Em relação a julho de 2020, a produção subiu 1,2%, menos que a mediana positiva de 1,9% do mercado e dentro do intervalo (recuo de 3,0% a elevação de 4,8%). A indústria acumula alta de 11,0% no ano de 2021. Em 12 meses, a produção acumula alta de 7,0%.

Mais cedo, o IPC-Fipe, que mede a inflação na cidade de São Paulo, subiu 1,44% em agosto, de 1,02% em julho e também em relação à alta de 1,40% na terceira quadrissemana do mês passado, e um pouco acima da mediana do <i>Projeções Broadcast</i>, de 1,42%. Nos 12 meses até agosto, a alta acumulada foi de 10,51%.

Às 9h32 desta quinta, o dólar à vista tinha viés de baixa de 0,14%, a R$ 5,1776, após máxima a R$ 5,1931 e mínima a R$ 5,1711 nos primeiros negócios. O dólar para outubro caía 0,20%, a R$ 5,1975.

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