Se a polêmica reforma do Imposto de Renda avançar no Senado, o texto será bastante modificado. Essa é a percepção de interlocutores do presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), que encaminhou o projeto para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). Ele quer uma reforma mais amadurecida e discutida entre os senadores. O projeto também deverá passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Pacheco já avisou que, para permitir o debate amplo, temas densos vão tramitar na Casa, e não seguirão direto para o plenário, diferentemente do que ocorreu na Câmara. O senador quer que seja retirado todo o "excesso" do projeto para que chegue ao plenário "amortecido", já como consenso.
A indicação de Pacheco trouxe alívio a empresários, tributaristas e representantes de Estados e de municípios, que passaram a apostar que a votação não será atropelada como ocorreu na Câmara.
Estados também já se mobilizam para persuadir senadores a mudar o texto. O secretário de Fazenda do Estado de Pernambuco, Décio Padilha, disparou ontem mensagem aos colegas afirmando que "a luta agora será no Senado". O recado ressalta estudo da Instituição Fiscal Independente (IFI) apontando que o texto aprovado na Câmara traz perdas bilionárias para os cofres regionais.
Um dos pontos reforçados por Pacheco para que as pautas econômicas avancem no Senado é que tenham bom conteúdo e sejam de interesse do País – e não, segundo ele, apenas do ministro da Economia, Paulo Guedes. Por sua vez, para obter apoio à proposta, o ministro nomeou o atual secretário da Indústria, Comércio, Serviços e Inovação, Jorge Lima, para o cargo de assessor especial da pasta. Ele é quem fará a ponte com o setor produtivo.
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>