A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central, Fernanda Guardado, afirmou nesta quinta-feira, 11, que, em parte do mundo, a pandemia está sob controle, inclusive no Brasil, o que tem possibilitado a normalização da atividade.
Participante do evento Itaú Macro Vision 2021, Fernanda Guardado ponderou, contudo, que há países defasados no processo de vacinação, o que faz com que o risco de desenvolvimento de novas variantes permaneça.
A diretora do Banco Central afirmou ainda que é esperado que os bancos centrais emergentes persistam no processo de retirada de estímulos ao longo de 2022. "BCs emergentes estão reagindo e retirando acomodação de maneira mais rápida. Espera-se que emergentes persistam na retirada de estímulos ao longo de 2022. Emergentes estão com inflação acima da meta, com expectativa de convergência em 2022 e 2023."
Segundo Fernanda, a inflação no grupo está relacionado com aumento de commodities, energia e bens industriais e, mais recentemente, os preços de serviços começam a se realinhar com a reabertura econômica.
Ela reforçou que, no Brasil, combustíveis e energia elétrica têm sido vilões da inflação em 2021. Ainda considerou que é normal realinhamento de preços relativos de serviços na reabertura, mas que aceleração de serviços na margem no Brasil ainda está em patamares baixos.
<b> Descarbonizar a economia </b>
A diretora de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos do Banco Central avaliou que a transição para uma economia mais verde demandará muitos recursos para mitigar os impactos que essas mudanças trarão para a economia e para a sociedade. "Os governos precisam agir para descarbonizar a economia, mas ao mesmo tempo todo esse processo pode trazer custos muito grandes para sociedade, na medida em que você limita energia, limita energia e traz preços mais altos para uma série de segmentos. Esse é um dilema no qual estamos tentando andar", afirmou. "Precisamos de muito financiamento. Os governos não conseguirão fazer essa transição sozinhos. É preciso ter o mercado privado junto", completou.
Ela relatou as ações da autoridade monetária dentro do pilar de sustentabilidade da Agenda BC# para o mapeamento de riscos climáticos e seus impactos nas carteiras das instituições financeiras. "Temos visto o aumento da ocorrência de eventos climáticos graves no Brasil e no mundo, que trazem aumento da incerteza, choques recorrentes e têm impactos em preços. Estamos na fronteira em relação a outros bancos centrais no mapeamento desses riscos climáticos", completou.