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Sanções a Belarus podem encarecer mais os alimentos, diz ministra

A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, afirma que o governo se antecipa para evitar que as sanções econômicas contra Belarus, de onde sai 20% do potássio usado no campo brasileiro, provoquem novo aumento no preço dos alimentos e prejudiquem o fornecimento de fertilizantes para a safra de verão. Ela deu entrevista exclusiva ao <b>Estadão</b> nos Emirados Árabes Unidos, onde acompanhou o presidente Jair Bolsonaro.

<b>O presidente está preocupado com o fornecimento de fertilizantes ao Brasil. Como evitar impacto na produção de alimentos? </b>

Existe uma preocupação, porque importamos de 20 países, entre eles 20% de Belarus, que vai sofrer sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia no dia 8 de dezembro (em razão da crise de imigração na fronteira com a Polônia). Não é que vamos ter problemas de fornecimento, mas vamos ter problemas quanto ao pagamento. É mais ou menos o que já acontece com o Irã e que traz alguns transtornos na hora do pagamento. Estamos nos antecipando a isso, conversando com outros parceiros para que a gente tenha um porcentual nas exportações de produtos, para que a gente tenha segurança que nossos fertilizantes vão chegar a tempo.

<b>Quando teria impacto? </b>

Não temos problemas nesta safra, inclusive mais de 70% está plantada. Já temos produtos chegando para a segunda safra, não há também problemas maiores, mas estamos nos antecipando para a safra de verão, que vem daqui a um ano, em setembro, outubro e novembro. Saio daqui e vou para a Rússia conversar com alguns fornecedores, para garantir que teremos 100% dos fertilizantes de que precisamos.

<b>Isso vai impactar o preço dos alimentos no Brasil agora? </b>

Tudo impacta, mas a gente está trabalhando antecipadamente para que não aconteça.

<b>Qual a situação do embargo da carne na China?</b>

Estamos aguardando. Fornecemos todos os esclarecimentos porque, infelizmente, irresponsavelmente, deram uma notícia de que teríamos dois casos de BSE (o chamado como mal da vaca louca) em humanos, o que não é verdade. Foi logo esclarecido, mas tudo isso causa algum tipo de desconfiança, e a gente precisa passar novas informações. Já passamos todas as informações à China. Agora, estamos aguardando a resposta deles sobre mais essa notícia desencontrada.

As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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