Após ficaram "relativamente" estáveis em dezembro, os Barômetros Globais Coincidente e Antecedente da Economia começaram 2022 com altas em janeiro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). O Barômetro Global Coincidente subiu 0,4 ponto em janeiro, para 108,7 pontos. O Barômetro Global Antecedente avançou 3,6 pontos, para 100,9 pontos.
O Barômetro Global Antecedente atingiu o maior nível desde setembro de 2021. Segundo a FGV, os resultados dos dois índices foram influenciados, principalmente, pela "melhora do ambiente econômico na região da Ásia, Pacífico e África".
"Os efeitos da nova onda da pandemia e da perspectiva de políticas monetárias mais restritivas sobre as expectativas acerca do nível de atividade econômica parecem já ter sido incorporados em sua maioria nos últimos meses de 2021. No início de 2022, os barômetros globais sinalizam uma trajetória de adaptação a esse novo cenário, revertendo a tendência de queda observada nos últimos meses do ano anterior", diz a FGV em nota.
No Barômetro Coincidente Global, que procura acompanhar o ritmo da atividade econômica, a região da Ásia, Pacífico e África contribuiu com 1,3 ponto para a alta de janeiro. O Hemisfério Ocidental contribui com 0,1 ponto. A Europa, na contramão, contribuiu negativamente com 1,0 ponto para o resultado agregado. "Apesar do recuo, o indicador regional da Europa ainda sustenta o maior nível entre as três regiões, com o indicador na faixa dos 112 pontos", diz a nota da FGV.
Do ponto de vista setorial, apenas a indústria subiu em janeiro no Barômetro Coincidente Global, enquanto os demais setores seguem "sinalizando desaceleração no nível de atividade", diz a FGV. "Todos os setores se mantêm na zona favorável, e o indicador da Indústria passa a ser o mais alto entre eles, o que não ocorria desde outubro de 2021."
No Barômetro Antecedente Global, que mede as perspectivas de crescimento econômico nos próximos de três a seis meses, a região da Ásia, Pacífico e África também teve a maior contribuição para a evolução de janeiro, contribuindo com 3,2 pontos. A Europa também contribui positivamente, com 0,7 ponto. Já o indicador do Hemisfério Ocidental contribui negativamente, com 0,3 ponto, fechando o mês 10 pontos abaixo do nível de neutralidade de 100 pontos, segundo a FGV.
"O resultado reflete o aumento dos riscos ao crescimento associados ao avanço da nova variante Ômicron da covid-19 na região e a desaceleração cíclica prevista em países como o Brasil", diz a nota da FGV.
Na análise setorial, houve alta em dois dos cinco indicadores antecedentes setoriais em janeiro: Indústria e Serviços. "Os demais indicadores recuam no mês. Com o resultado, o indicador da Economia Geral (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais) fecha o mês abaixo dos 90 pontos e 20 pontos abaixo do indicador do setor de Serviços, o mais otimista. O resultado sinaliza por um lado o descolamento entre percepções de empresas e de consumidores e do outro, a evolução ainda favorável dos segmentos de serviços presenciais, os que mais sofreram nos momentos de maiores restrição à mobilidade durante a pandemia de covid-19", continua a nota.
Calculados em parceria com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique, e divulgados no Brasil pela Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, os dois indicadores são formados a partir dos resultados de pesquisas de tendências econômicas realizadas em mais de 50 países. O objetivo é alcançar a cobertura global mais ampla possível. O Barômetro Coincidente inclui cerca de mil séries temporais diferentes, enquanto o Barômetro Antecedente compreende em torno de 600 séries temporais.