Por ocasião do Dia Internacional da Mulher, o Grupo Voto promove um ciclo de debates sobre a participação feminina na política. Chama a atenção, contudo, a ironia do fato de haver somente homens no "convite" do evento – entre eles, o presidente Jair Bolsonaro (PL). Nesta terça-feira, 8, o "folder" digital de divulgação da iniciativa viralizou nas redes sociais e foi alvo de críticas.
Descrito como "semana da mulher", o ciclo de palestras terá falas de Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados; Paulo Guedes, ministro da Economia; Tarcísio de Freitas, ministro da Infraestrutura; e Rodrigo Garcia, vice-governador de São Paulo, além do chefe do Executivo. O tema é "Mulheres no Centro do Poder".
A deputada Tabata Amaral (PSB-SP) compartilhou a imagem de divulgação do evento e publicou a figura de um palhaço em seguida, em tom crítico. A deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) também repudiou a lista de convidados e escreveu: "Não é possível!". O vereador Toninho Vespoli (PSOL), de São Paulo, classificou o ciclo de palestras como "absurdo", "misógino" e "machista".
Em publicação em seu perfil no Instagram, a CEO do grupo, Karim Miskulin, afirmou que o evento contribui para cumprir um de seus principais objetivos de sua empresa: "fomentar a participação da mulher na política brasileira". Karim enumerou os convidados, que, segundo ela, se incluem em "uma agenda com os homens mais importantes do País". "Unidas nós conseguiremos, sim, romper ciclos de poderes masculinos", disse.
A assessoria de Karim Miskulin afirmou que o grupo está promovendo eventos diferentes, apenas reunidos no mesmo folder de divulgação. Segundo a equipe da empresária, os convidados terão encontros separados com grupos de mulheres nos próximos dias.