O rompimento da parede de um reservatório público de água, comumente chamado de tanque no interior do Nordeste, provocou a destruição de cinco casas na cidade de Pocinhos, distante 120 quilômetros de João Pessoa (PB). Pelo menos 14 pessoas ficaram desabrigadas e quatro foram socorridas ao Hospital de Emergência e Trauma de Campina Grande. Nenhuma delas corre risco de morrer. Não há informações sobre a capacidade de armazenamento do reservatório e quanto ele acumulava no momento da ruptura da estrutura de contenção.
As informações foram confirmadas pelo secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente de Pocinhos, Sóstenes Murilo. "O tanque estourou por volta das 5h de hoje (quarta-feira). Parecia coisa de filme de terror. A parede do tanque estourou, não aguentou a pressão e toda a água acumulada desceu e destruiu as cinco casas. Por Deus, ninguém morreu. Os atingidos foram resgatados e levados ao hospital. Estão todos estáveis, sem gravidade. Uma pessoa passou por cirurgia", detalha Sóstenes Murilo.
As construções atingidas ficam no bairro do Cajueiro. O tanque foi construído entre as décadas de 1960 e 1970 pela prefeitura municipal. "As casas destruídas eram antigas. As famílias atingidas foram abrigadas em uma escola municipal e a prefeitura de Pocinhos se encarregou da limpeza da área atingida e irá proceder com a reconstrução das casas", garantiu o secretário. Entre os feridos estão dois casais (um homem de 22 anos, uma adolescente de 17 anos, um homem de 56 anos e uma mulher de 51 anos).
De acordo com a Agência Executiva de Gestão de Águas do Estado da Paraíba (AESA), o acumulado de chuvas na cidade de Pocinhos entre os dias 24 e 25 de maio é de 29,3 milímetros. O litoral do Nordeste tem registrado chuvas fortes nos últimos dias, o que é considerado incomum por especialistas.
No Rio Grande do Norte, o Sistema de Monitoramento da Empresa de Pesquisa Agropecuária (Emparn), registrou fortes chuvas acompanhadas de trovoadas e descargas elétricas no litoral e interior. Nas regiões oeste, leste e Agreste foram registradas chuvas de até 100 milímetros. Em Natal, várias ruas ficaram alagadas e intransitáveis.
O meteorologista chefe da Unidade de Meteorologia da Emparn, Gilmar Bristot, explica que as chuvas foram provocadas pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Atlântico que liberaram muita umidade para a atmosfera.
"Mesmo com dois dias seguidos com chuvas no Estado, com a atmosfera fria, nós tivemos a ocorrência desse fenômeno incomum, chuvas intensas com o desenvolvimento de células convectivas muito próximas pela frequência de números de descargas elétricas observadas na noite de ontem e madrugada de hoje. Esse foi um fenômeno incomum acontecer no litoral na forma que aconteceu", diz Bristot.