Estadão

Desabamento em Itapecerica: ‘Conhecia todos os mortos’, diz ex-funcionária

Incrédulos, familiares e amigos dos 9 mortos e 31 feridos no desabamento em um auditório na Multiteiner, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, correram para a porta da empresa desde a manhã desta terça-feira, 20. Para o caseiro Danilo Moraes César, de 25 anos, não havia mais o que esperar. Sua irmã, Julcimara de Moraes César, de 35 anos, é uma das vítimas.

"Ela trabalhava aqui tinha só sete meses. Não tinha mais do que isso", afirmou. Abraçado à esposa, ele aguardava que outra irmã fizesse o reconhecimento do corpo. Não havia mais nada para fazer ali.

O acidente ocorreu na manhã desta terça-feira quando cerca de 70 funcionários da empresa estavam em uma reunião com candidatos a deputado no auditório do local. De acordo com testemunhas, o lugar em que se reuniam tinha uma mezanino com cadeiras.

Em nota, a prefeitura disse que "o projeto anteriormente aprovado pela Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) foi irregularmente alterado, e sua regularização junto aos órgãos públicos estava em trâmite." A empresa não se manifestou até a publicação deste texto.

O prédio em que ocorreu o acidente funcionava dentro de um galpão com cerca de 10 mil metros quadrados. Dos 31 feridos, três foram resgatados em estado grave. "Faz uma semana que saí da empresa , conhecia todo mundo que morreu", diz Josi Meneses de Andrade, de 39 anos. "Foi um livramento ter saído."

Enquanto esperava notícias dos colegas, Josi via mais familiares das vítimas chegarem. "O que a gente pode falar? Melhor entrarem para ficarem sabendo pelos bombeiros…"

Na porta da empresa, enquanto funcionários e familiares se desesperavam, era grande também o movimento de autoridades municipais e pessoas ligadas aos candidatos. Por volta das 16h, o Corpo de bombeiros encerrou as buscas no local.

Alguns familiares e amigos permaneceram no local chorando seus mortos.

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