Os mercados acionários da Europa fecharam na maioria em queda, nesta segunda-feira, 10. A deterioração do sentimento de risco se deve à renovação dos temores em meio a uma nova ofensiva da Rússia na Ucrânia, enquanto as preocupações com a possibilidade de recessão continuam, em meio a comentários <i>hawkish</i> de dirigentes do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
O índice pan-europeu Stoxx 600 registrava baixa de 0,40%, em 390,12 pontos, perto do ajuste final.
Após a Ucrânia derrubar um trecho da ponte estratégica que liga a Península da Crimeia ao território continental russo, Kiev foi bombardeada pela Rússia, o que não acontecia há meses, e outras cidades também registraram explosões, com o uso de "drones kamikaze".
Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, alertou nesta segunda-feira que o mundo enfrenta um ambiente "difícil", após eventos impensáveis e que geraram consequências significativas, citando a pandemia e a guerra na Ucrânia. Segundo ela, a inflação "é persistente e tem exigido um aperto das condições financeiras mais rápido do que o originalmente previsto".
Membro do conselho do BCE, François Villeroy de Galhau afirmou que a instituição deve conseguir fazer com que a inflação retorne à meta de 2% em "dois ou três anos". Já Mario Centeno, também do BCE, destacou que normalização da política monetária na zona do euro, após um longo período de juros muito baixos, é algo "absolutamente necessário e desejado".
No Reino Unido, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) decidiu ampliar o volume de leilões diários de Gilts. Além disso, o governo britânico resolveu adiantar a publicação do plano fiscal será antecipada para o dia 31 de outubro.
"O governo do Reino Unido tentou, sem sucesso, trazer alguma calma aos mercados ao anunciar que anteciparia o orçamento para 31 de outubro. Os mercados claramente não estão otimistas, com a libra caindo mais uma vez e os rendimentos dos títulos em alta", analisa o economista da Oanda, Craig Erlam.
Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em queda de 0,45%, em 6.959,31 pontos. Em Frankfurt, o índice DAX ficou estável, a 12.273,00 pontos.
Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 recuou 0,45%, a 5.840,55 pontos, mesmo com alta de 2,59% nos papéis da Renault, após a empresa publicar comunicado conjunto com a Nissan sobre eventual reforço na parceria entre as montadoras.
O índice FTSE MIB, da Bolsa de Milão, registrou alta de 0,05%, a 20.912,96 pontos.
Em Madri, o índice IBEX 35 recuou 0,31%, a 7.413,5 pontos.
Já na Bolsa de Lisboa, o índice PSI 20 fechou em queda de 0,78%, em 5.313,11 pontos.