Estadão

No Twitter, bolsonaristas tentam emplacar tese de atentado

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) investiram nesta segunda, 17, na tese de "atentado" contra o candidato ao governo de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos), que teve de interromper uma agenda de campanha após um tiroteio em Paraisópolis, na capital paulista. No Twitter, o próprio Tarcísio escreveu que ele e a sua equipe foram "atacados por criminosos". Depois, a assessoria do candidato mudou o tom e passou a classificar o episódio como uma "tentativa de intimidação". O governador Rodrigo Garcia (PSDB), que declarou voto no ex-ministro da Infraestrutura no segundo turno, afirmou, também pelo Twitter, que determinou "a imediata investigação do ocorrido".

Houve uma série de postagens de bolsonaristas na sequência do episódio, insinuando que o mando do suposto ataque seria da "esquerda" ou do adversário do ex-ministro no segundo turno, o ex-prefeito Fernando Haddad (PT). Outros ironizaram a agenda do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, que ocorreu sem incidentes, na semana passada. O termo "atentado" entrou nos trending topics (assuntos mais comentados) do Twitter e acumulou mais de 170 mil mensagens em poucas horas.

"Ao que parece trata-se de um atentado de traficantes fortemente armados contra o Ministro Tarcísio em SP", escreveu o vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ), filho do presidente. "Graças a Deus o atentado em Paraisópolis/SP não fez vítimas fatais", postou o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A associação direta com Lula, Haddad e o PT foi feita por bolsonaristas radicais, como a deputada federal Carla Zambelli (PL-DF). "Lula disse no debate que ele é o único candidato que entra na favela sem colete e sem precisar de polícia. Hoje: Tarcísio Freitas sofre atentado em Paraisópolis. Tire suas conclusões", postou a deputada no Twitter, em referência à visita recente do petista ao Complexo do Alemão.

A campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL) frequentemente associa o partido a facções criminosas e já teve conteúdos removidos a mando do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
As informações são do jornal <b>O Estado de S. Paulo.</b>

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