A queda de 0,7% na indústria em setembro ante agosto foi verificada em 21 dos 26 ramos industriais pesquisados na Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física (PIM-PF), cujos dados foram divulgados nesta terça-feira, 1º de novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mau desempenho foi puxado, segundo o órgão de estatísticas, pela produção de alimentos, que recuou 2,9% em setembro ante agosto, pela metalurgia, que tombou 7,6%, e pela fabricação de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, com recuo de 2,6%. O IBGE destacou ainda as quedas na produção de bebidas (-4,6%) e de produtos de madeira (-8,8%).
Na contramão, houve cinco atividades industriais com desempenho positivo na passagem de agosto para setembro.
"Indústrias extrativas (1,8%) e máquinas e equipamentos (2,2%) exerceram os principais impactos em setembro de 2022, com a primeira eliminando parte do recuo de 3,1% registrado em agosto e a segunda marcando o segundo mês seguido de expansão na produção, acumulando 15,3% de ganho nesse período", diz a nota divulgada pelo IBGE.
<b>Comparação com setembro de 2021</b>
De acordo com o IBGE, o crescimento de 0,4% na indústria em setembro ante setembro de 2021 veio de 12 dos 26 ramos industriais pesquisados. Desagregando as 26 atividades pesquisadas, 28 dos 79 grupos e 45,3% dos 805 produtos pesquisados registraram alta em setembro, na comparação com um ano antes.
O IBGE destacou que essa comparação não foi impactada por questões relacionadas ao calendário, já que setembro deste ano teve exatamente 21 dias úteis, como em igual mês de 2021.
André Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, destacou que a alta na comparação interanual se dá em parte por causa da baixa base de comparação. Atingida por restrições de oferta associadas ao travamento das cadeias globais de produção, a produção industrial tombou 4,1% em setembro de 2021 ante igual mês de 2020.
Na comparação de setembro passado com igual mês de 2021, o destaque, segundo o IBGE, foi justamente a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, uma das atividades mais atingidas por restrições de oferta, que saltou 20,3%. O IBGE ressaltou também a alta de 7,7% na produção de outros produtos químicos.
"Vale destacar também as contribuições positivas dos ramos de celulose, papel e produtos de papel (6,6%), de outros equipamentos de transporte (25,9%), de máquinas e equipamentos (4,0%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (10,0%), de couro, artigos para viagem e calçados (8,5%) e de produtos do fumo (35,5%)", diz a nota divulgada pelo IBGE.
Na contramão, 14 dos 26 ramos pesquisados pela PIM-PF tiveram perda de produção em setembro ante setembro de 2021. Os desempenhos negativos mais relevantes, segundo o IBGE, foram as indústrias extrativas (-5,7%), metalurgia (-10,3%) e produtos de madeira (-24,2%), que "exerceram as influências mais intensas, pressionadas pela menor produção de minérios de ferro em bruto ou beneficiados".
"Outros impactos negativos importantes vieram de produtos de metal (-7,9%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-9,2%), produtos têxteis (-11,7%), produtos de minerais não metálicos (-3,9%), móveis (-13,3%), impressão e reprodução de gravações (-20,4%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios (-5,9%)", diz a nota do IBGE.