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BNDES registra lucro líquido de R$ 9,6 bi no 3º trimestre, alta de 76% ante 2021

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 9,6 bilhões no terceiro trimestre, salto de 76% ante igual período de 2021, quando se leva em conta o resultado recorrente, informou nesta quinta-feira, 10, a instituição de fomento. O resultado recorrente exclui as operações de desinvestimentos na carteira de participações societárias.

Segundo o BNDES, o resultado do terceiro trimestre foi turbinado pelas receitas com o pagamento de dividendos de empresas na quais a instituição de fomento detém participação. A receita com esse item somou R$ 7 bilhões no terceiro trimestre. O destaque foram os dividendos oriundos do lucro da Petrobras, na qual o BNDES detém uma fatia relevante.

O produto da intermediação financeira registrou R$ 4,9 bilhões no terceiro trimestre, alta de 11,8% ante igual período de 2021, "acompanhando a elevação na Selic, que remunera as disponibilidades e os títulos públicos".

Os desembolsos para operações já aprovadas somaram R$ 29,4 bilhões, alta de 34,9% ante o terceiro trimestre de 2021. Em entrevista coletiva, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, afirmou que os desembolsos deste ano poderão ficar acima de R$ 90 bilhões – o valor até setembro foi de R$ 62,9 bilhões.

Para 2023, o banco vê espaço para desembolsar R$ 108 bilhões. O valor dos desembolsos de 2024 poderá ficar em R$ 128 bilhões. Conforme Montezano, é possível fazer esse aumento sem oferecer subsídios, ou seja, empréstimos com juros menores do que os de mercado. "O BNDES se reposicionou", disse o executivo.

O ativo total do BNDES fechou o terceiro trimestre em R$ 718,9 bilhões, redução de 2% ante o fechamento do segundo trimestre deste ano. A carteira de crédito líquida de provisões ficou em R$ 454,8 bilhões, alta de 1,5% ante o fechamento do segundo trimestre deste ano.

Sem vendas relevantes, a carteira de participações societárias fechou o terceiro trimestre avaliada em R$ 68,8 bilhões, valor equivalente ao registrado no fechamento do trimestre imediatamente anterior.

Ao fazer um balanço de sua gestão, Montezano informou que, entre janeiro de 2019 e setembro de 2022, o banco de fomento vendeu R$ 88,5 bilhões em ações de grandes companhias, com destaque para a saída completa do capital da mineradora Vale, após vender R$ 28,6 bilhões, e para os R$ 27,3 bilhões vendidos em ações da Petrobras.

Ao mesmo tempo, do início de 2019 ao fim deste ano, o BNDES terá devolvido R$ 338,1 bilhões de sua dívida com a União ao Tesouro Nacional, informou Montezano. Apenas no terceiro trimestre, o banco repassou R$ 12,6 bilhões. Até o fim do ano, pagará mais R$ 45 bilhões, como antecipou o Estadão/Broadcast.

Já a inadimplência acima de 90 dias ficou em 0,10% no terceiro trimestre, abaixo do 0,17% registrado no segundo trimestre deste ano. Segundo o BNDES, é bem abaixo da inadimplência média de 2,85% do sistema financeiro para o mesmo período. Com patrimônio de referência de R$ 182,4 bilhões, o BNDES registrou Índice de Basileia de 36% no fechamento do terceiro trimestre, ante 33,4% no trimestre imediatamente anterior.

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