O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 21 mostrou nova alta no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022, mas estabilidade na projeção para 2023. A mediana para a alta do PIB em 2022 subiu de 2,77% para 2,80%, contra 2,76% há um mês. Já a estimativa para a expansão do PIB em 2023 continuou em 0,70% ante 0,63% um mês antes.
Considerando apenas as 73 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 passou de 2,76% para 2,81%. No caso de 2023, houve 73 atualizações nos últimos cinco dias úteis, com variação da mediana de 0,68% para 0,70%.
O Relatório Focus ainda mostrou queda na projeção para o crescimento do PIB em 2024, de 1,80% para 1,70%. Para 2025, a mediana foi mantida em 2,00%. Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,80% e 2,00%, nessa ordem.
O Relatório de Mercado Focus também indicou nova melhora na projeção para o superávit primário em relação ao PIB este ano, mas grande deterioração no déficit esperado para 2023 em meio a discussões fiscais do governo eleito.
A estimativa para o superávit primário em 2022 passou de 1,10% para 1,20% do PIB. Há um mês, a mediana era de 1,00% do PIB. Para 2023, a projeção de déficit primário saltou de 0,55% para 0,80% do PIB, de 0,50% quatro semanas antes.
Em relação ao resultado nominal, a mediana se manteve deficitária em 6,00% do PIB este ano e piorou de rombo de 7,75% para 7,88% do PIB em 2023. Há um mês, as medianas eram negativas em 6,30% e 7,70% do PIB, nessa ordem.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Houve leve melhora na projeção para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2022. A mediana caiu de 58,00% para 57,52%, contra 58,50% um mês atrás. Em relação a 2023, a estimativa para a dívida líquida em relação ao PIB passou de 61,40% para 60,70%, de 62,95% há um mês.
Os economistas do mercado financeiro aumentaram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2022, conforme o Boletim Focus. A mediana deficitária passou de US$ 41,00 bilhões para US$ 42,70 bilhões, contra US$ 32,25 bilhões de um mês atrás.
Já para 2023, a projeção para o rombo em transações correntes passou de US$ 38,90 bilhões para US$ 39,45 bilhões. Há um mês, a expectativa era deficitária em US$ 34,00 bilhões.
<b>Balança comercial</b>
A estimativa para o superávit da balança comercial em 2022 continuou em US$ 55,00 bilhões, contra US$ 56,15 bilhões de um mês atrás. Para 2023, a projeção não sofreu mudanças e permaneceu em US$ 56,00 bilhões, mesmo valor esperado há quatro semanas.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes nesses anos. A mediana das previsões para o IDP em 2022 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, ante US$ 68,00 bilhões de um mês atrás. Para 2023, ficou em US$ 75,00 bilhões, de US$ 70,00 bilhões há quatro semanas.