Cerca 13 mil sócios do Bahia aprovaram, na noite de sábado, a criação de uma Sociedade Anônima de Futebol (SAF), o Bahia SAF, no clube e a venda de 90% desta sociedade ao City Football Group (CFG), grupo que administra outros 12 clubes de futebol, incluindo o Manchester City.
Tanto a constituição da SAF quanto a venda da sociedade ao chamado Grupo City tiveram apoio de 98,6% dos associados, que votaram pelas mudanças em assembleias realizadas na Arena Fonte Nova, em Salvador.
Na prática, os sócios aprovaram que o Grupo City se torne acionista majoritário do Bahia SAF em troca do investimento de R$ 1 bilhão na equipe tricolor ao longo dos próximos 15 anos. Os outros 10% restantes vão pertencer à Associação do clube.
Depois de disputar a Série B do Campeonato Brasileiro em 2022, o Bahia está de volta à elite do futebol nacional. Além da Série A do Campeonato Brasileiro, a equipe de Salvador disputará o campeonato estadual, a Copa do Nordeste e também a Copa do Brasil na próxima temporada.
"O Bahia e o City Football Group seguirão trabalhando para completar as condições necessárias para finalizar a transação, com o objetivo de concluí-la no início de 2023", informou o clube por meio de nota.
Para a criação da SAF, foi necessário que os sócios votassem, primeiro, pela aprovação da Lei nº 14.193/2021, que deu condições à criação da Sociedade Anônima no Bahia. Em seguida, em outra assembleia realizada no período da tarde, o grupo de associados do clube decidiu aprovar que 90% da sociedade recém constituída fosse vendida ao Grupo City.
"Hoje nossos sócios tomaram uma decisão histórica e democrática, nos aproximando de formar parte do maior e mais pioneiro grupo de futebol do mundo e de um novo futuro para o nosso querido e ousado clube, por meio do Bahia SAF", comentou o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani.
Ele também disse estar orgulhoso com a transação, e esperançoso que novos investimentos possam ajudar o Bahia, que recentemente conseguiu o retorno à primeira divisão do Brasileiro. "Pra mim, pessoalmente, é um momento incrível na minha vida, ainda mais pelo retorno imediato à Serie A. Obrigado a todos pela confiança", agradeceu o presidente.
Ferran Soriano, CEO do Grupo City, não esteve presente na Fonte Nova, mas mandou um recado por vídeo aos torcedores e dirigentes do clube baiano. Ele definiu a decisão tomada nas assembleias como "um marco incrivelmente emocionante para o Bahia e o City Football Group", e disse que se sente "honrado" pela confiança que os sócios da equipe de Salvador estão depositando no CFG.
"Ao concluir o processo, implementamos uma estratégia de longo prazo para o Bahia para potenciar o crescimento do clube. Priorizamos fortalecer os elencos e as divisões de base para competir em alto nível, engajando com os torcedores e melhorando a experiência deles, alcançando uma sustentabilidade financeira sólida de longo prazo e mantendo sempre em foco os fortes valores, as raízes e a identidade do EC Bahia", disse Soriano em depoimento após as votações.
O Bahia é o 13º clube de futebol adquirido pelo grupo, que também administra outros times de diferentes países. Dentro deste guarda-chuva de equipes gerenciada pelos investidores estão: Manchester City (Inglaterra), New York City (Estados Unidos), Melbourne City (Austrália), Montevideo City (Uruguai), Girona (Espanha), Yokohama F. Marinos (Japão), Sichuan Jiuniu (China), Mumbai City (Índia), Lommel SK (Bélgica), ESTAC Troyes (França), Palermo (Itália) e Bolívar (Bolívia).