Estadão

Dólar recua em meio petróleo forte; agenda dos EUA e risco fiscal estão no foco

O dólar recua em meio alta persistente do petróleo. Os investidores locais estarão atentos nas próximas horas à agenda externa, que está mais forte, mas também às reuniões do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em Davos, na Suíça, e nas discussões sobre o salário mínimo.

Na terça-feira, 17, o dólar fechou em queda, devolvendo parte da alta da sessão anterior diante de maior apetite a risco por emergentes e menor preocupação fiscal.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa da instalação de mesa de negociação do salário mínimo com centrais sindicais (11h). O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, entregará a Lula nesta quarta-feira (18) uma proposta feita por sindicalistas para criar uma regra de reajuste do salário mínimo.

Pelos cálculos dos sindicalistas, o piso deveria ser de R$ 1.342 em 2023 – o valor atual está em R$ 1.302. As centrais pressionam para que, pelo menos, prevaleça R$ 1.320 previstos no orçamento deste ano. Uma fonte do governo disse na terça que o salário mínimo permanecerá em R$ 1.302 "por enquanto", segundo o jornal Valor Econômico.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse ontem em Davos que o debate sobre a nova regra fiscal brasileira será aberto em fevereiro. Sua afirmação ocorre em meio a cobranças de investidores internacionais que buscam mais detalhes sobre a âncora que será adotada no Brasil no lugar do teto de gastos. Segundo o ministro, a decisão sobre o aumento do salário mínimo cabe ao governo e será tomada após negociações com as centrais sindicais.

Sobre a reforma tributária, Haddad afirmou que o debate sobre o imposto de renda sobre lucro e dividendos será deixado para o segundo semestre e que o objetivo, agora, é andar com a reforma tributária sobre consumo, que já está em debate amplo no Congresso.

Lá fora, o índice DXY, que mede as variações da moeda americana frente a outras seis divisas relevantes, recua desde cedo e o dólar também se desvaloriza ante moedas emergentes pares DP real, como peso mexicano, peso chileno e rand sul africano. O rumo dos ativos locais no dia deve depender da reação dos investidores nas próximas horas à agenda americana repleta de indicadores e de discursos de autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Também nesta quarta, o Fed divulga o Livro Bege sobre condições econômicas regionais.

Mais cedo, o Banco do Japão (BoJ) deixou sua política monetária inalterada, o que ajuda a impulsionar o dólar ante o iene.

Às 9h17 desta quarta-feira, o dólar à vista caía 0,34%, a R$ 5,0878. O dólar fevereiro recuava 0,28%, a R$ 5,0990.

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