Estadão

Dólar recua ante euro e libra, mas avança ante iene, com BCE e Credit Suisse

O dólar recuou ante o euro e a libra, em sessão marcada por volatilidade após o Banco Central Europeu (BCE) elevar juros e com o arrefecimento das preocupações sobre o Credit Suisse e turbulências nos sistemas bancários. Contudo, a moeda americana subiu contra o iene, que havia sido buscada nos últimos dias como ativo de segurança.

No final da tarde em Nova York, o dólar avançava a 133,54 ienes e a libra tinha alta a US$ 1,2117. O índice DXY recuou 0,22%, aos 104,418 pontos.

O dólar iniciou a sessão recuando ante rivais, após o banco central da Suíça (SNB, na sigla em inglês) anunciar ontem apoio ao Credit Suisse para aumentar a liquidez do banco e auxiliar no cumprimento das suas obrigações. O anúncio aliviou parte das preocupações sobre a possibilidade de maior estresse no sistema bancário europeu, dias após as quebras do Silicon Valley Bank (SVB) e Signature Bank provocarem turbulências no sistema bancário dos EUA. O dólar recuou a 0,9301 francos suíços.

Hoje, o BCE subiu juros em 50 pontos-base, como previsto anteriormente. Em coletiva de imprensa, a presidente do banco central, Christine Lagarde, reforçou que os dirigentes permanecem comprometidos com o combate à inflação e garantiu que o BCE está pronto para oferecer suporte ao sistema bancário europeu, caso necessário. Como projetado pelo ING, o euro ganhou fôlego com as declarações e o arrefecimento na crise do Credit, avançando a US$ 1,0615 nesta sessão.

Em relatório, o ING analisa que os riscos de uma crise financeira haviam levado o iene a uma posição "clara" de melhor performance contra moedas rivais nos últimos dias. O banco prevê que, se as condições do setor bancário se deteriorarem novamente, a moeda japonesa pode "facilmente" ampliar ganhos contra o dólar. "Os eventos recentes apenas nos deram maior confiança sobre nossa projeção de que o USD/JPY deve alcançar o nível de 120 até o final do ano", avalia.

Ainda nesta sessão, o banco central da Argentina elevou sua principal taxa de juros em 300 pontos-base, a 78%. No fim da tarde, o dólar avançou a 202,9488 pesos argentinos.

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