As bolsas de Nova York fecharam em território positivo nesta quarta-feira, 29, ganhando fôlego mais para o fim do pregão, com a prevalência do alívio nas turbulências do setor bancário dos Estados Unidos. Nesta quarta, autoridades do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) testemunharam na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, garantindo o compromisso com a revisão e o fortalecimento do sistema bancário.
O Dow Jones fechou com ganho de 1,00%, em 32.717,60 pontos, o S&P 500 subiu 1,42%, a 4.027,81 pontos, e o Nasdaq teve alta de 1,79%, a 11.926,24 pontos.
O jornal <i>The Washington Post</i> reportou que o governo americano pretende pedir a reguladores federais do setor bancário novas regras para bancos médios, após a recente quebra do Silicon Valley Bank (SVB), segundo fontes ligadas ao assunto. O vice-presidente de Supervisão do Fed, Michael Barr, disse nesta quarta em audiência na Câmara dos Representantes que o sistema regulatório falhou no caso do SVB, e acrescentou que a conduta no caso está sendo analisada.
Segundo ele, o Fed buscou alertar o banco sobre problemas, mas o SVB fracassou em gerenciar os riscos. Barr ainda disse que o Fed "avalia com atenção" a resposta dos bancos ao colapso do SVB, e mencionou risco de redução no crédito em geral. Também presente na mesma audiência, o presidente da Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC), Martin Gruenberg, afirmou que há uma revisão "abrangente" em andamento pelo órgão, inclusive sobre o limite atual de depósitos garantidos de correntista por banco, em US$ 250 mil.
Entre ações de bancos importantes, Goldman Sachs fechou em alta de 0,72%, JPMorgan avançou 0,20% e Citigroup, 1,61%, com Wells Fargo em alta de 2,12%. Entre companhias menores do setor, First Citizens Bank, em foco nos últimos dias, subiu 2,75%.
Mas o setor de tecnologia mostrou mais impulso, apoiando o Nasdaq. Apple registrou ganho de 1,98%, Microsoft subiu 1,92% e Intel, 7,61%. Entre outras ações de peso, Amazon subiu 3,10% e Alphabet, 0,36%. Boeing, por sua vez, teve ganho de 1,47%.
Na agenda de indicadores, as vendas pendentes de imóveis avançaram 0,8% em fevereiro ante janeiro, quando analistas ouvidos pelo Wall Street Journal previam queda de 3,0%. O Goldman Sachs comenta, porém, que o recente estresse em bancos pequenos dos EUA aumenta a incerteza sobre a perspectiva de curto prazo do setor imobiliário dos EUA.
A Oxford Economics também aponta que a turbulência entre os bancos traz mais dúvidas para o segmento, com perspectiva de aperto no crédito. A Oxford diz que espera uma "leve recessão" nos EUA no segundo semestre, o que deve retardar qualquer reação mais forte do setor imobiliário até 2024, acredita ela.