Bicampeão mundial de Fórmula 1 e com passagens por outras categorias do automobilismo nas pistas, o espanhol Fernando Alonso está vivendo novas experiências na carreira com sua primeira participação no Rali Dakar, desta vez na Arábia Saudita. Nesta segunda-feira, logo na segunda etapa – de 393 quilômetros, sendo 367 cronometrados, entre as cidades de Al Wajh e Neom -, já enfrentou o primeiro grande problema na competição e despencou na classificação geral – da 11.ª para a 48.ª colocação.
Alonso e seu compatriota Marc Coma – multicampeão do Rali Dakar nas motos – ocupavam o quarto lugar com a Toyota depois de 100 quilômetros, mas perderam terreno por causa de um dano na suspensão dianteira esquerda e um volante quebrado depois que acertaram uma rocha escondida em meio às dunas. A dupla teve de trocar várias peças para seguir em frente e perderam quase 2 horas e 40 minutos em relação aos líderes. Fecharam a etapa na 63.ª colocação.
"Não sabemos o que era. Não se via nada. Fizemos 48 quilômetros muito rápidos até que alcançamos (o holandês Eric) Van de Loon, que estava na nossa frente", relatou Alonso sobre o incidente logo após completar a etapa, explicando que ele e Coma decidiram esperar o caminhão de assistência, mas já iniciando alguns reparos. "Como ele demoraria, decidimos começar o conserto. Desmontamos o que podíamos e íamos informando a equipe de nossos progressos".
Na etapa até Neom, localizada na região norte da Arábia Saudita, o sul-africano Giniel de Villiers foi o melhor com o tempo de 3h37min20s, pouco menos de quatro minutos à frente do argentino Orlando Terranova. O líder da classificação geral é o piloto sul-americano com 7h07min36s, com 4min43s de vantagem para o espanhol Carlos Sainz.
"Foi muito complicado, especialmente perto do fim, quando perdemos muitos minutos. Tivemos dificuldade para encontrar nosso caminho e tivemos que retornar duas vezes, 3 quilômetros para frente e para trás. Foi complicado, mas ao menos não tivemos pneus furados hoje", disse Sainz.
Entre as motos, Ross Branch, natural de Botswana, levou a melhor com o tempo de 3h39min10s, desbancando assim o britânico Sam Sunderland, também da KTM, que ficou 1min24s atrás. O vice-líder desta segunda-feira é o primeiro colocado geral na competição com o tempo de 7h05min22s, com 1min18s à frente do chileno Pablo Quintanilla.
O brasileiro Antonio Lincoln Berrocal ficou em 97.º na etapa, com desvantagem de 2h15min54s para Branch. Na classificação geral, é o 89.º colocado.
OUTRAS CATEGORIAS – Na disputa dos quadriciclos, o chileno Ignacio Casale, atual bicampeão do Rali Dakar, repetiu o desempenho do dia anterior e venceu a segunda etapa com a marca de 4h46min07. Quem mais se aproximou dele foi o polonês Rafal Sonik, a 3min33s.
Nos UTVs, o chileno Francisco López Contardo ganhou com o tempo de 4h13min30s e vantagem de 11min48s para Conrad Rautenbach, do Zimbábue. Os brasileiros Reinaldo Varela e Gustavo Gugelmin terminaram em 10.º lugar, com 28min49s para o líder – estão em 26.º no geral.
Entre os caminhões, o bielo-russo Siahrei Viazovich foi o vencedor da disputa com o tempo de 3h47min44s. O russo Dmitry Sotnikov ficou em segundo, com desvantagem de 1min46s.
O Rali Dakar prossegue nesta terça-feira com a disputa de uma etapa especial em Neom. Serão 504km cronometrados.