O Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 1,1 ponto em junho, após queda de 1,6 ponto em maio, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Com o resultado, o indicador atingiu 94,0 pontos. O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) subiu 0,3 ponto porcentual nesta leitura, a 80,4%.
O economista do Ibre/FGV Stéfano Pacini avalia que a alta da confiança do mês mostra a redução do pessimismo por parte dos empresários. "A melhora nos índices foi influenciada não apenas pela ligeira melhora da situação atual, mas também pelas perspectivas menos negativas em relação aos próximos meses", afirma Pacini.
Para o economista, contudo, mesmo que tenha havido resultado positivo nas categorias de bens de consumo duráveis e não duráveis, a tendência é de manutenção da cautela nos segmentos aderentes a essas grandes categorias, que continuam lidando com elevado nível dos estoques e demanda ainda insuficiente. "O atual cenário desafiador para a indústria, com taxa de juros elevada e aumento do endividamento, ainda cria um ambiente de incerteza nos empresários em relação a um segundo semestre difícil, porém com alguma melhora da demanda", observa.
Nesta leitura houve alta da confiança de 13 dos 19 segmentos industriais pesquisados pela sondagem. O Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE) avançaram 0,6 ponto e 1,6 ponto, para 92,4 pontos e 95,6 pontos, respectivamente.
Nos componentes do ISA, a percepção dos empresários em relação ao nível de demanda foi a que mais influenciou positivamente o resultado do índice, com alta de 2,9 pontos, para 95,3 pontos, de acordo com a FGV. O indicador que mede a percepção dos empresários em relação à situação atual dos negócios também melhorou ao subir 2,2 pontos para 98,2 pontos.
Em contrapartida, o indicador que mede o nível de estoques piorou, ao subir 3,6 pontos para 110,2 pontos, resultado mais alto desde junho de 2020 (118,6 pontos). Quando o indicador está acima de 100 pontos, sinaliza que a indústria está operando com estoques excessivos (ou acima do desejável).
Em relação às perspectivas futuras, os empresários estão menos pessimistas, após duas quedas consecutivas, de acordo com a FGV. Os indicadores de produção prevista para os próximos três meses e a tendência dos negócios para os próximos seis meses subiram 1,7 ponto cada, atingindo 98,3 pontos e 89,3 pontos, respectivamente. O emprego previsto também avançou nesta leitura, ao variar 1,5 ponto, atingindo 99,6 pontos.