O ex-estudante de Direito Walter Delgatti, o Vermelho, hacker confesso de membros da Operação Lava Jato, voltou a ser preso pela Polícia Federal nesta terça-feira, 27, por descumprir medidas cautelares.
Delgatti estava em liberdade condicional desde outubro de 2020, mas teria violado a ordem judicial que o impedia de acessar a internet. Ele foi preso pela primeira vez na Operação Spoofing.
O hacker confessou ter acessado e vazado conversas do ex-juiz Sérgio Moro e do ex-procurador Deltan Dallagnol. O caso ficou conhecido como Vaza Jato e deu força ao julgamento que declarou Moro parcial para julgar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os membros da Lava Jato nunca reconheceram a autenticidade das conversas. O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda não decidiu se as mensagens hackeadas têm validade jurídica ou não. Uma ação sobre o tema aguarda julgamento desde 2019.
Quem defende a validade dos diálogos afirma que, embora não possam ser usados contra membros da Lava Jato, devem ser considerados a favor dos réus. Os que se opõem ao uso das conversas argumentam que elas foram obtidas ilegalmente e, por isso, são imprestáveis.
A Segunda Seção do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, autorizou neste mês que todos os processados na Lava Jato tenham acesso às mensagens hackeadas da força-tarefa para usá-las em suas defesas.
<b>COM A PALAVRA, O ADVOGADO ARIOVALDO MOREIRA</b>
A reportagem entrou em contato com o advogado Ariovaldo Moreira, que representa Walter Delgatti, mas ele não respondeu as mensagens e ligações do <b>Estadão</b>.