Estadão

Haddad: Lula deu carta branca para mudança em meta de inflação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que a mudança para meta contínua de inflação a partir de 2025 teve aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e que foi tomada em comum acordo no âmbito do Conselho Monetário Nacional (CMN), reunido nesta quinta-feira, 29. Haddad informou que comunicou ao colegiado – composto pela ministra do Planejamento, Simone Tebet, e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto – a decisão do presidente.

"Lula deu carta branca para mim e Simone (Tebet) tomarmos a decisão que julgássemos mais conveniente para o momento", disse em entrevista há pouco. A opção do grupo foi por manter o alvo a ser perseguido em 3%, em sistema de meta contínua.

Simone Tebet, que participou da coletiva, frisou que não houve objeção para a mudança do sistema e que a manutenção do objetivo de inflação em 3% está convergente com os indicadores de mercado.

"Os votos foram por unanimidade e não houve objeção. As expectativas do mercado e o Focus, do Banco Central, já mostram que em 2024, 2025 e 2026 estamos dentro da meta (de inflação). Consequentemente, não tinha sentido (mudar esse nível)", disse, reiterando que esta também foi a análise técnica do Ministério do Planejamento.

Haddad concordou e observou, mais uma vez, que no momento em que a inflação está convergindo para a meta não fazia sentido alterar o alvo.

<b>Corte de juros</b>

O ministro da Fazenda disse há pouco que a indicação do Banco Central (BC) em praticar cortes "parcimoniosos" na taxa de juros ocorreu antes da reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), na qual se manteve a meta de inflação para 2026 em 3% e se anunciou a adoção da meta contínua a partir de 2025.

A declaração foi dada após Haddad ter sido questionado sobre sua fala, de que o governo entende haver espaço para corte "consistente" da Selic. "Não estou torcendo para o Banco Central reduzir o juro. Estou falando da realidade do País. O Brasil é o país que pratica as taxas de juros mais altas do mundo. Tecnicamente estou falando. O que o BC vai fazer é tecnicamente com a autonomia que o Congresso lhe concedeu", disse.

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