O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, até recentemente o principal enviado de Pequim a Washington, não é visto em público há mais de três semanas, omitindo compromissos diplomáticos importantes e alimentando especulações dentro e fora da China sobre o que aconteceu com ele. A incerteza ocorre em um momento frágil em que a China e os Estados Unidos tentam reiniciar as conversas de alto nível entre as duas potências mundiais.
A ausência de Qin foi particularmente notável em uma reunião internacional de ministros das Relações Exteriores na semana passada na Indonésia, onde ele deveria se encontrar com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken. O lugar de Qin foi ocupado por Wang Yi, um membro da elite do Politburo do Partido Comunista e o principal funcionário de relações exteriores da China.
Wang disse a Blinken que a ausência de Qin, de 57 anos, foi por "razões de saúde", repetindo uma explicação pública dada pelo Ministério das Relações Exteriores da China, disseram pessoas familiarizadas com o assunto. Wang disse a seu homólogo norte-americano que Pequim manterá canais abertos de comunicação com Washington.
Questionado sobre a ausência de Qin, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse na segunda-feira que Blinken "expressou seus melhores desejos de vê-lo em breve" durante sua reunião com Wang. Já o Ministério das Relações Exteriores da China enviou uma declaração de uma linha em resposta a um pedido de comentário: "As atividades diplomáticas da China estão avançando constantemente".
O ministro das Relações Exteriores foi visto pela última vez em 25 de junho, quando Qin se encontrou com pares do Vietnã e do Sri Lanka, além do vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Rudenko Andrey Yurevich, logo após uma rebelião armada fracassada na Rússia. Qin deveria se encontrar com o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borell, em Pequim em 10 de julho, mas o governo chinês cancelou a visita cinco dias antes sem explicação.