As bolsas da Europa fecharam em alta nesta sexta-feira, 17, após dados econômicos fracos reforçarem a perspectiva de que os BCs locais provavelmente não voltarão a elevar juros. As expectativas <i>dovish</i> prevaleceram, a despeito das falas de banqueiros centrais que sinalizaram para a manutenção da política monetária restritiva por mais tempo. Em destaque, o mercado acionário de Madri encostou os maiores níveis em mais de três anos, após reeleição de Pedro Sánchez como primeiro-ministro.
A taxa anual da inflação na zona do euro desacelerou fortemente em outubro, a 2,9%, segundo leitura final da Eurostat. A Oxford Economics acredita que essa tendência deve se manter adiante, com o índice de preços desacelerando a um avanço abaixo de 2% ao ano por volta do terceiro trimestre de 2024.
Apesar disso, integrantes do Banco Central Europeu (BCE) mantiveram postura cautelosa. O dirigente Robert Holzmann afirmou que o banco central não reduzirá as taxas de juros no segundo trimestre do próximo ano e que as expectativas do mercado para uma redução são prematuras, reportou a <i>Bloomberg</i>.
O dirigente Joachim Nagel também voltou a descartar possibilidade de cortes de juros em breve, reiterando a posição do BCE de que juros terão que permanecer restritivos pelo tempo apropriado para reduzir a inflação à meta de 2% ao ano.
Na Bolsa de Frankfurt, o DAX subiu 0,84%, aos 15.919,16 pontos; em Paris, o CAC 40 avançou 0,91%, aos 7.233,91 pontos; em Milão, o FTSE MIB ganhou 0,82%, aos 29.498,43 pontos; e, em Lisboa, o PSI 20 subiu 0,53%, aos 6.280,56 pontos. As cotações são preliminares.
Em Madri, o Ibex tinha ganho de 0,97%, aos 9.761,40 pontos – maior patamar desde fevereiro de 2022. O resultado ocorre na esteira da reeleição de Sánchez na quinta-feira, depois de meses de imbróglio no Congresso para formar um novo governo.
Fora da zona do euro, o índice FTSE 100 (Londres) fechou em alta de 1,26%, aos 7.504,25 pontos. As ações de BP (+1,99%) e Shell (+2,07%) estiveram entre os destaques do dia, na esteira da escalada firme do petróleo.
As vendas no varejo do Reino Unido caíram mais que o esperado em outubro, em outro sinal de desaceleração econômica no continente.
Assim, investidores aparentam ter colocado em segundo plano as declarações do vice-presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Dave Ramsden, de que não descarta elevar juros no futuro.