O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) de Chicago, Austan Goolsbee, indicou nesta quarta-feira, 14, que a autoridade monetária não deve esperar a inflação nos EUA retornar à taxa anual de 2,0% para começar a cortar juros. "Não queremos seguir neste nível restritivo de política por muito tempo", afirmou, em evento no Council on Foreign Relations, em Nova York.
O dirigente, que não vota nas reuniões deste ano do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC), disse que a manutenção da taxa básica em nível restritivo por um período exageradamente longo poderia trazer riscos ao mercado de trabalho.
Para ele, é um erro acreditar que os salários devem desacelerar de forma significativa para que a inflação caía.
<b>CPI</b>
Mais cedo, no mesmo evento, Goolsbee minimizou o dado de inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) mais forte que o esperado nos Estados Unidos, divulgado na terça-feira. Ele argumentou que seria inadequado se ater ao indicador de apenas um mês.
Para Goolsbee, "está totalmente claro" que a inflação está caindo nos EUA.
De acordo com ele, a área que ainda inspira cautela é o de preços de habitação.
<b>China</b>
Questionado sobre os riscos associados à uma desaceleração da economia da China, Goolsbee reconheceu que uma eventual recessão de larga escala no país asiático teria repercussões para os EUA e traria a possibilidade de uma contração da atividade norte-americana.