Estadão

Morre homem que ateou fogo em si mesmo em frente a tribunal que julga Trump

O homem que ateou fogo em si mesmo em frente ao Tribunal Penal de Manhattan em Nova York durante a seleção do juri no julgamento criminal do ex-presidente americano Donald Trump morreu no sábado, 20, segundo o Departamento de Polícia de Nova York.

Ele foi identificado pelas autoridades como Maxwell Azzarello e estava em uma área designada a apoiadores de Trump. Ele espalhou panfletos com teorias da conspiração e se encharcou com um líquido. Cidadãos que caminhavam na rua gritaram quando chamas laranja brilhantes engolfaram o homem.

Um grande número de policiais estava por perto quando isso aconteceu e tentaram socorrer Azzarello, que chegou a ser hospitalizado na sexta-feira, 19, mas não resistiu aos ferimentos.

O homem, que a polícia disse ter viajado recentemente da Flórida para Nova York, não violou nenhum posto de segurança para acessar o local. O parque em frente ao tribunal tem sido um ponto de encontro para manifestantes, jornalistas e curiosos durante o julgamento de Trump, que começou com a seleção do júri na segunda-feira, 15.

As autoridades disseram que também estavam revisando os protocolos de segurança, incluindo a possibilidade de restringir o acesso ao parque. A rua lateral por onde Trump entra e sai do prédio está interditada.

"Podemos ter que fechar esta área", disse o vice-comissário do Departamento de Polícia de Nova York, Kaz Daughtry, em entrevista coletiva fora do tribunal na sexta-feira, acrescentando que as autoridades discutiriam o plano de segurança em breve.

<b>Julgamento de Trump
</b>Na sexta-feira, 19, o Tribunal terminou a escolha dos seis suplentes que podem ser convocados a decidir o futuro de Donald Trump caso um dos 12 jurados precise se retirar do caso ou seja retirado. Isso encerra a primeira etapa, de composição do júri, e abre caminho para que a fase de alegações iniciais, quando acusação e defesa apresentam o caso, comece na segunda-feira.

Trump é o primeiro ex-presidente da história americana a enfrentar um julgamento criminal. Ele responde a 34 acusações de fraude fiscal envolvendo o pagamento de U$S 130 mil a atriz pornô Stormy Daniels. Segundo a acusação, teria falsificado documentos das Organizações Trump para esconder o depósito, com o objetivo de impedir que um caso viesse à público antes das eleições de 2016. Ele nega.

Depois do intervalo, teve início a audiência que discute se os procuradores podem confrontar Donald Trump com suas derrotas em ações civis, caso ele decida depor.

A Justiça de Nova York declarou o magnata culpado por fraude e ordenou multa bilionária no processo que o acusava de inflar o próprio patrimônio para conseguir vantagens financeiras. Também na esfera civil, Trump foi declarado culpado por agressão sexual contra escritora e jornalista E. Jean Carroll. Em ação separada, ele foi multado por difamá-la.

Esses são alguns dos pontos da vida pregressa de Donald Trump que os procuradores pretendem explorar no julgamento. O resultado da audiência é esperado para segunda de manhã e tende a influenciar na decisão da defesa de colocar o réu para depor ou não.

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