O governo escolheu o presidente da BB Administradora de Consórcios, Fausto de Andrade Ribeiro, para assumir a presidência do Banco do Brasil no lugar de André Brandão, que apresentou carta de renúncia hoje, 18.
Ribeiro também vai preencher o lugar ocupado por Brandão no conselho de administração do banco. De acordo com o Ministério da Economia, o nome será encaminhado para análise do Comitê de Pessoas, Remuneração e Elegibilidade do BB.
Fausto de Andrade Ribeiro, 52 anos, é presidente da subsidiária do BB desde setembro de 2020. Antes de assumir o cargo, ele foi gerente executivo do banco por quase quatro anos, responsável pela área de canais de terceiros, como correspondentes bancários, banco postal, redes compartilhadas e Banco 24 horas.
Ele foi gerente geral da instituição financeira para Espanha e Marrocos, gerente executivo e responsável pela área de controle contábil do BB e gerente executivo do Banco Patagônia em Buenos Aires.
Formado em Administração pela Universidade Católica de Brasília e Direito pelo Centro Universitário de Brasília. Tem especialização em economia pela The George Washington University e MBA em Finanças pelo Ibmec. Está no BB desde setembro de 2000.
André Brandão já havia sido comunicado da decisão do presidente Jair Bolsonaro sobre sua demissão. Ele renunciou para não ficar de "stand-by" esperando a formalização da sua saída.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, tentou segurar Brandão por mais tempo no cargo e evitar o anúncio neste momento, para evitar a amplificação de ruídos no mercado financeiro após a demissão do presidente da Petrobrás, Roberto Castelo Branco.
No governo, um dos nomes mais cotados para a presidência do BB era o do vice-presidente corporativo do BB, Mauro Ribeiro Neto. Mas segundo apurou o <b>Estadão/Broadcast</b>, o ministro da Economia, Paulo Guedes, considerava Neto (33 anos), muito jovem para assumir o comando do banco público. O executivo, que é servidor público de carreira e já atuou na Secretaria de Coordenação e Governança de Estatais do extinto Ministério do Planejamento, permanecerá no cargo.
Já o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, patrocinava a candidatura de Eduardo Dacache para assumir o BB. Ele é presidente da Caixa Seguridade e, por isso, a sua indicação sofreu resistências dentro do BB, diante da rivalidade que existe entre os dois maiores bancos públicos do País.
Além de Castello Branco, Bolsonaro já mandou demitir dois auxiliares de Guedes que bateram de frente com ele. No primerio ano de mandato, o presidente decidiu demitir o então secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, porque considerou que a discussão sobre a criação de um imposto nos moldes da CPMF se tornou "pública demais". Embora tivesse apoio da equipe econômica, o assunto gerou polêmica e não agradou os seus apoiadores.
Bolsonaro também influenciou na mudança de comando de outro banco público ainda em 2019. Ele disse que o então presidente do BNDES, Joaquim Levy, estava com "a cabeça a prêmio" durante conversa com jornalistas. No dia seguinte, Levy pediu demissão do cargo.
Fora da economia, os ex-ministros da Saúde Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich deixaram o cargo em razão de divergências com o presidente na estratégia para enfrentar a pandemia. (Colaborou Idiana Tomazelli)