Dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Gabriel Makhlouf afirmou nesta segunda-feira, 17, que o fato de que a instituição cortou os juros em 25 pontos-base na reunião do dia 6 não significa um compromisso com uma trajetória particular para a política monetária. Segundo ele, mesmo com a redução as taxas seguem "em território firmemente restritivo" e o BCE continua comprometido com a estabilidade de preços e a meta de inflação em 2%.
Makhlouf disse que os dados podem ser voláteis e que pode levar tempo até distinguir exatamente "o que é sinal e o que é ruído". Com isso, reafirmou a postura dependente dos dados e "a abordagem reunião a reunião para determinar o nível apropriado das taxas de juros".
O dirigente, também presidente do BC da Irlanda, afirmou que o BCE monitora todas as influências do quadro macroeconômico na zona do euro, "seja onde ocorrerem no mundo". Mas acrescentou que "não seguimos de modo mecânico o Fed", referindo-se ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano).
Makhlouf concentrou boa parte de seu discurso em discutir a questão da produtividade e sua importância para a economia, além de tratar das diferenças entre os EUA e a União Europeia neste ponto, em discurso realizado no Global Interdependence Center, na Filadélfia.
Ele definiu a desaceleração no crescimento da produtividade nas últimas décadas como um dos maiores desafios atuais, propondo medidas domésticas e também um foco multilateral para enfrentar o problema, com medidas como o fomento à inovação, a livre movimentação de capital e o movimento de pessoas.