A Prefeitura de São Paulo vai abrir 19 unidades de Assistência Médica Ambulatorial (AMA) neste domingo, 14, para o atendimento exclusivo de pacientes com crises respiratórias. Os hospitais-dia M Boi Mirim 2 e Flávio Giannotti, na zona sul, Vila Guilherme, na zona norte, e Moóca, na zona leste, também vão atender pacientes transferidos de hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). Toda essa estratégia tem apenas um objetivo: desafogar a demanda nos hospitais da cidade no atendimento aos casos do novo coronavírus.
As unidades, que atuam na área de atenção básica de saúde, vão realizar procedimentos de baixa e média complexidade, como inalação, oxigênio, medicação. Serviços de urgência e emergências vão destinar esforços para os casos de maior complexidade.
O aumento da capacidade de atendimento ocorre em um momento em que o sistema de saúde sofre pressão pelo alto número de infectados e aumento do tempo de internação. Na primeira onda da pandemia na cidade, também era elevado o número de pacientes internados, mas, desta vez, os doentes demoram mais tempo para se recuperar, o que pressiona o sistema. Na cidade de São Paulo, a secretaria de saúde municipal informou que a rede alcançou 83% de ocupação para leitos de UTI.
A prefeitura também trabalha para ampliar o número de leitos para covid-19. Na próxima segunda-feira, 130 novos leitos de UTI serão implementados na capital, sendo 100 no Hospital do M Boi Mirim, 20 no Guarapiranga (ambos na Zona Sul), e 10 no São Luiz Gonzaga (na Zona Norte).
Outros 185 leitos de enfermaria também serão criados na próxima semana, sendo 105 deles no Hospital da Cantareira, na zona norte, (segunda-feira). No decorrer da semana serão criados outros 60 leitos no Hospital da Capela do Socorro (zona sul) e 20 no Sorocabana (zona oeste).
<b>Avanço da pandemia</b>
Nas últimas 24 horas foram registrados 434 falecimentos e 15.344 novos casos no estado de São Paulo. Internações batem novo recorde, com 9.944 pessoas em UTIs e 13.081 em enfermaria. No total, São Paulo teve 2.195.130 casos e 63.965 óbitos causados pelo coronavírus. A semana que se encerra neste sábado, 13, foi a pior para o estado de São Paulo desde o início da pandemia, com 2.548 mortes confirmadas por covid-19 desde o último domingo. Isso representa uma média de 364 óbitos por dia.
Nesta quinta-feira, o governador João Doria (PSDB) determinou o início do que chamou de "fase emergencial", a partir de segunda-feira, ainda mais restritiva do que a fase vermelha. Todo o Estado, incluindo a capital, deve seguir as diretrizes da fase emergencial. Entre as medidas determinadas em todo o Estado estão restrições a lojas de materiais de construção, teletrabalho em escritórios e órgãos públicos e proibição de cerimônias religiosas. Também houve restrição ao funcionamento de escolas estaduais, que entrarão em recesso a partir de segunda-feira.