As cozinheiras da Escola Professora Teresinha Alves Mian, no Jardim Álamo, negam que tenham servido merenda com prazo de validade vencido aos alunos. No freezer da cozinha da escola foram encontrados 12 quilos de almondegas supostamente estragadas na terça-feira. A diretora Adriana Sanchez afirmou a diretores do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Pública (Stap) que alimentos vencidos foram servidos às crianças, o que a Secretaria Municipal de Educação nega.
A cozinheira Miraneide Batista de Souza, 39, afirma que as almondegas não estavam no freezer na segunda-feira e não sabem como elas foram parar no local. "A embalagem das almondegas é diferente das que são usadas. Não sabemos quem colocou lá e nenhuma criança recebeu merenda estragada", diz. O cardápio da segunda-feira teve almondegas, mas as cozinheiras dizem que os produtos estavam dentro do prazo de validade.
Na opinião da cozinheira Marciele Nicolete, 29, a diretora as persegue. "Pela escola passaram oito cozinheiras nos últimos anos. Ela falou que queria tirar todas depois da greve no mês passado", contou. O presidente do Stap, Jair de Souza Lima, diz que a diretora não dá condições de trabalho às cozinheiras que utilizam o próprio dinheiro para comprar materiais.
Em nota, a Secretaria Municipal de Educação afirma que não foi servido qualquer produto com data de validade vencida na Escola da Prefeitura Terezinha Alves Mian. "Ressaltamos que os seis pacotes, contendo dois quilos cada, estavam devidamente lacrados, portanto não foram manipulados e muito menos oferecidos aos alunos", afirma.
A secretaria determinou o descarte dos pacotes, que serão destinados à incineração.
Alunos da escola municipal tiveram diarréia, afirmam pais
Pais de alunos da Escola Professora Terezinha Alves Mian estavam revoltados pela falta de aulas na manhã desta terça-feira por conta da denúncia de distribuição de merenda com prazo de validade vencida. Eles disseram que vários estudantes tiveram diarréia e acreditam que os filhos comeram alimentos estragados.
O auxiliar de departamento pessoal Márcio Henrique Caros, 35 anos, conta que os três filhos que estudam na escola ficaram doentes. Ele reclama também da falta de estrutura. "Tem esgoto a céu aberto, quadra interditada e salas com risco de desabamento. Temo que aconteça uma tragédia com várias mortes igual no Rio de Janeiro", afirma, em referência ao caso de Realengo, na última semana, que um atirador matou 12 crianças. A dona de casa Gisele Silva Guedes, 24, disse que a direção da escola não avisou os pais dos problemas, mas também teme pela segurança da filha.
As cozinheiras da escola explicaram que o local teve duas salas interditadas por seis meses no ano passado, outras ainda possuem risco de desabamento e rachaduras na creche, além dos focos de dengue e da quadra interditada. A Secretaria Municipal de Educação não se pronunciou em relação aos problemas estruturais.