Economia

Ações da Usiminas disparam com avanço de Ternium

As ações da Usiminas dispararam ontem no mercado, liderando as altas do Ibovespa, impulsionadas pela compra da participação da Previ pela Ternium, subsidiária do grupo ítalo-argentino Techint, esquentando a disputa com a japonesa Nippon pelo controle da Usiminas. As ações ordinárias da siderúrgica encerraram a R$ 7,90, alta de 19,7%, enquanto as preferenciais subiram 6,21%, a R$ 6,84. A compra da participação da Previ foi considerada o primeiro passo da Ternium em busca de maior controle da Usiminas.

Fontes afirmaram que o grupo ítalo-argentino está de olho nos papéis em circulação no mercado e de outros acionistas relevantes, como a CSN, de Benjamin Steinbruch. A CSN detém 11,66% do capital votante e 15,91% do capital total da siderúrgica. A Nippon, que chegou a barrar a investida da CSN, que queria ingressar no bloco de controle há quase três anos, também cobiça as ações de Steinbruch. Ambas podem elevar a fatia, mas teriam de fazer uma oferta pública de aquisições (OPA) de ações.

Com a aquisição na quinta-feira de 10,4% das ações ordinárias da Previ, a Ternium passou a ter 38% do capital votante da Usiminas. Até então, o grupo japonês era o maior acionista, com 29,45%. O grupo T/T (Ternium, Siderar e TenarisConfab) tinha 27,66% e a Previdência Usiminas (Caixa dos Empregados), 6,75%. A Ternium entrou no grupo de controle da empresa após investimento do grupo Techint, no fim de 2011, por R$ 5 bilhões. A Ternium não comenta o assunto.

A Ternium está firme em sua posição de que o acordo de acionistas foi descumprido e não está disposta a sentar com a Nippon Steel para tentar chegar a um entendimento, caso esse acordo não seja restabelecido, segundo uma fonte a par do assunto. “Uma das soluções é de que haja reconciliação entre os acionistas do bloco de controle, o que está cada vez mais difícil. Se for inconciliável, evidentemente o acionista com maioria de ações deve prevalecer.”

Cortina de fumaça

A fonte destacou que, no entendimento da Ternium, a Nippon está usando de “uma cortina de fumaça” para desrespeitar o acordo de acionistas, que foi assinado no início de 2012. “Se houve recebimento de bônus irregular por parte dos diretores, a Nippon deveria tomar providências legais e nada foi decidido. Os diretores estão protegidos pela aprovação das contas da Usiminas em assembleia. Contas aprovadas inclusive pela Nippon”, disse.

A crise foi deflagrada no dia 25 de setembro, após o conselho de administração da Usiminas destituir três diretores da companhia, incluindo o presidente Julian Eguren, todos indicados pela companhia argentina. A Nippon alegou que a destituição foi justificada pelo fato de os diretores terem sido beneficiados com pagamentos irregulares de bônus especial, gerando prejuízos à Usiminas, apurados em auditoria interna e externa. A Ternium discorda.

A Ternium aguarda decisão, até o início da próxima semana, sobre um recurso ajuizado na Justiça mineira a fim de reverter a destituição dos diretores. Caso o recurso seja indeferido, uma fonte disse que há outras opções na esfera judicial. “Se o acordo não for cumprido, a Ternium tomará medidas legais para buscar assegurar a proteção da Usiminas.”A Nippon, segundo fontes, estaria disposta a chegar a um acordo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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