AIE piora previsão de queda na demanda global por petróleo em 2020

A Agência Internacional de Energia (AIE) piorou suas perspectivas para a demanda por petróleo neste ano diante dos impactos futuros da segunda onda de covid-19. A entidade, com sede em Paris, revisou para baixo em 400 mil de barris por dia (bpd) a projeção para a queda do consumo global da commodity, que deve ser de 8,8 milhões de bpd (ante 8,4 milhões), conforme relatório mensal publicado hoje.

Para 2021, porém, a AIE está mais otimista. Espera que a demanda por petróleo ao redor do globo cresça em 5,8 milhões de bpd ante 5,5 milhões no mês passado. "É improvável que as vacinas aumentem significativamente a demanda até o próximo ano", justificou a AIE, no documento.

A oferta global por petróleo cresceu 200 mil de barris por dia em outubro, para 91,2 milhões de bpd. De acordo com a AIE, a produção dos países participantes da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) manteve-se praticamente estável. O cumprimento do acordo de corte da produção de petróleo ficou em 103%, mesmo patamar de setembro.

De acordo com a AIE, a produção global de petróleo caiu em setembro, uma vez que as paralisações por conta de furacão nos EUA não foram totalmente compensadas por uma maior atividade em outras regiões. Os estoques da OCDE tiveram retração de 19,7 milhões de barris no período, segundo mês seguido de retração. Estão, assim apenas 51 milhões de bpd abaixo de seu pico em maio.

No terceiro trimestre, os estoques globais observados tiveram retração de 800 mil de barris por dia. Os dados preliminares de outubro mostram, conforme a AIE, os estoques de petróleo caindo 8,4 milhões de bpd nos EUA, 8,3 milhões na Europa e 1,2 milhão no Japão.

Em novembro, a oferta mundial de petróleo pode aumentar mais de 1 milhão de bpd, conforme a AIE, citando a recuperação dos EUA após os furacões no Golfo do México e ainda a produção na Líbia. A produção de produtores fora da Opep+ deve cair 1,3 milhão de bpd neste ano e aumentar em 200 mil bpd em 2021.

AIE piora previsão de queda na demanda global por petróleo em 2020

Depois de registrar um tombo de 16,1 milhões de barris por dia (bpd) do consumo global de petróleo no segundo trimestre do ano, durante o auge da pandemia de coronavírus na Ásia e Europa, a Agência Internacional de Energia (AIE) revisou para baixo suas expectativas de consumo para este e o próximo ano. De acordo com relatório mensal da entidade que tem sede em Paris, a queda do uso da commodity em 2020 deve ser de 8,1 milhões de bpd, para um total de 91,9 milhões de bpd.

"Neste relatório, reduzimos nossa previsão para 2020 em 140 mil bpd, a primeira diminuição em vários meses, refletindo a paralisação da mobilidade, pois o número de casos de covid-19 permanece alto, assim como a fraqueza no setor de aviação", justificou a instituição no documento divulgado nesta quinta-feira, 13.

A AIE estima que a atividade da aviação – medida em passageiros-quilômetro – tenha diminuído em cerca de dois terços em relação aos níveis normais em julho, normalmente um dos meses de pico do tráfego aéreo.

A Agência também salientou que grande parte dos países manteve as fronteiras fechadas já que as infecções continuaram a se espalhar. "O vírus continua a impactar o transporte rodoviário, pois as pessoas evitam viagens não essenciais e trabalhar em casa continua sendo a norma em grande parte do Ocidente", observou.

O relatório também citou que os dados de mobilidade de julho indicam que a demanda por combustível permanece abaixo das normas sazonais na Europa e na América do Norte. "Regiões onde o vírus continua a se espalhar rapidamente – por exemplo, América Latina e Índia – apresentam números muito piores para mobilidade."

A AIE destacou, no entanto, que a demanda por petróleo da China está se recuperando fortemente, com alta de 750 mil bpd em junho em comparação com o mesmo mês do ano passado. "Foi a maior taxa anual de crescimento registrada desde o início da pandemia", comparou.

Nos países que fazem parte da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), houve aumento de 2 milhões de bpd no consumo de abril, que foi baixo, para maio. A elevação, no entanto, ficou abaixo das estimativas da instituição. "Em particular, a demanda no Canadá, Japão, México, Reino Unido e Estados Unidos teve um desempenho significativamente inferior."

<b>2021</b>

Para 2021, a Agência também revisou para baixo sua previsão de recuperação do consumo global da commodity em 240 mil bpd, para 5,2 milhões de barris por dia em relação a este ano, o que levaria a um total de 97,1 milhões de bpd.

Mais uma vez, foi a fraqueza do setor de aviação a principal responsável pela alteração. A instituição previu que, em dezembro de 2021, o consumo global de petróleo ainda será 2% inferior ao registrado no final de 2019.

"A pandemia de covid-19 lançou uma longa sombra sobre a demanda de petróleo", resumiu a instituição.

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