O quarto lugar no individual geral da ginástica rítmica nos Jogos Pan-Americanos de Toronto teve um gosto amargo para a brasileira Angélica Kviecznski. Na sexta-feira, a ginasta entrou com recurso para aumentar a nota da série do arco e teve uma redução de 0,375 na nota. Essa perda foi determinante para tirá-la do pódio neste sábado. Com a pontuação total de 60,175, a atleta terminou atrás da canadense Patrícia Bezzuobenko por apenas 0,244.
“Agora o arrependimento bate um pouco, mas acontece. Isso é normal na ginástica rítmica. É para aprender”, afirma Angélica, que no Pan de Guadalajara, em 2011, havia ganhado o bronze. Já Natalia Gaudio ficou longe das vencedoras, na oitava posição no individual geral (55,916).
A norte-americana Laura Zeng impressionou e obteve as melhores notas nas duas apresentações do dia, garantindo a medalha de ouro no individual geral com a nota final 64,575 – o equivalente ao 20º lugar no Campeonato Mundial do ano passado. A prata também ficou com os Estados Unidos. Jasmine Kerber garantiu o segundo lugar depois de fechar sua apresentação com 62,200.
Abatida, Angélica destaca o bom desempenho das adversárias e compara o grau de investimento dos países na modalidade. “O nível estava bem forte, Estados Unidos e Canadá estão investimento muito na ginástica rítmica no individual geral, estão treinando na Rússia, melhor polo do mundo. Eu vim aqui treinando em Toledo (PR), para dar a cara para bater.”
Diferente de todas as outras modalidades pan-americanas, que nos últimos anos se esforçaram para equiparar suas provas com as do programa olímpico, a ginástica rítmica segue distribuindo até cinco medalhas de ouro para o mesmo atleta. Além do individual geral, há também as disputas por aparelhos, no domingo e na segunda. Zeng teve a melhor nota da classificação em três deles.
Angélica se classificou para as quatro finais por aparelhos, mas só na fita teve uma das três melhores notas. “Apesar de não ter conseguido a medalha, tenho me mantido nas cabeças da América há dois ciclos e estou em quatro finais. Tenho chance de quatro finais e vou lutar por isso”, garante ela. Já Natalia faz finais no arco (segunda melhor nota), nas maças e na fita.
Kviecznski demonstrou nervosismo na terceira rotação e deixou as maças irem ao chão, ficando com a nota 14,200. Apesar dos erros, a brasileira conquistou a sexta melhor pontuação e se garantiu na final do aparelho. “Estava um pouco nervosa, minha série é bem difícil. Foi a série que entrei um pouco mais nervosa e acabei falhando. Já tinha competido com ela, mas é bem difícil”, explica. Angélica terá a companhia da compatriota Natalia Gaudio, que se classificou na última posição entre as oito finalistas, com 13,733.
A fita era a última chance de Angélica se recuperar e ela fez uma boa apresentação, mas não foi suficiente para retomar o terceiro lugar. Com a segunda melhor nota na fita (15.375), a atleta se garantiu na final do aparelho, assim como Natalia no oitavo lugar (13.983).
Na sexta-feira, Angélica ficou com 15,100 no arco e 15,500 na bola depois de pedir revisão e ter a nota reduzida pelos árbitros. Com o quarto lugar nos dois aparelhos, a brasileira havia fechado o primeiro dia de disputa na terceira posição geral, atrás das norte-americanas. Já Natalia avançou à final do arco na segunda colocação (15,300), mas teve um desempenho ruim na bola e também foi prejudicada pelo recurso, terminou apenas no décimo lugar e ficou fora da briga por medalha nessa prova.