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Anita Ekberg influenciou comportamento

São imagens emblemáticas do erotismo. Marilyn Monroe no vento do metrô que levanta sua saia e mostra a calcinha em O Pecado Mora ao Lado de Billy Wilder, de 1955. No ano seguinte, a jovem Brigitte Bardot dançando na praia em E Deus a Criou a Mulher, de Roger Vadim. E, em 1958, Elizabeth Taylor naquela combinação, como a mulher que arde de desejo pelo marido, mas Paul Newman não quer saber dela em Gata em Teto de Zinco Quente, de Richard Brooks. Na segunda metade dos anos 1950, Hollywood e o mundo estavam mudando. Explodindo – antecipando as mudanças que estavam chegando.

Anita Ekberg, que morreu nesse domingo, 11, aos 83 anos, foi parte importante dessas transformações comportamentais. Tudo por causa de um filme que fez com Federico Fellini. Em 1960, o grande diretor Federico Fellini captou como um antena o que passava e fez o emblemático A Doce Vida. Um jornalista, em Roma, participa do mundo dos ricos como dos miseráveis. Dorme com uma milionária na cama da prostituta e acompanha a estrela de Hollywood que vai ter uma audiência com o padre. Silvia é seu nome e ela se veste de padre estilizado. No fim da noite, o jornalista – Marcello – e ela perseguem um gato nos becos de Roma. Ela entra na Fontana di Trevi. Fica seminua. A cena de Marcello Mastroianni e Anita Ekberg na fontana entrou para a história do cinema – e para o imaginário coletivo do século 20. A exuberante Anita – Anitona – virou ícone.

Ettore Scola recriou a cena em Nós Que nos Amávamos Tanto, de 1975, e fazer como Anita era o sonho de China Zorrilla em Elsa e Fred, filme argentino de Marcos Carnavale, de 2005. Elsa e Fred ganhou versão em língua inglesa de Michael Radford, com Shirley MacLaine. Os homens sempre desejaram Anita, as mulheres a invejavam. Anita Ekberg morreu ontem num hopital de Rocca di Papa, cidadezinha próxima de Roma, com 15 mil habitantes, na qual vivia. Tinha 83 anos. Em 1960, no ano de A Doce Vida, 29 anos e uma carreira de dez anos não muito expressivos. Ex-Miss Suécia – nasceu em Malmö, em b1931 -, foi para os EUA participar do concurso de Miss Universo. Perdeu, mas foi parar em Hollywood. Fez filmes vagabundos, teve participações em produções de prestígio (o Guerra e Paz de King Vidor). Com o diretor Frank Tashlin e a dupla Jerry Lewis/Dean Martin, fez Artistas e Modelos, um pequeno papel, e Ou Vai ou Racha, com destaque maior. Mas a exoplosão foi com A Doce Vida.

De novo com Fellini fez o episódio de Boccaccio 70 – uma mulher gigantesca sai de um outdoor de propaganda de leite para assombrar com seus seios um tal Sr. Antônio. Fez ainda uma pequena participação em I Clowns, de 1970, e outra maior em Entrevista, de 1987. Como Fellini, Jerry Lewis também tinha fixação nas formas exuberantes de Anita Ekberg, porque nos anos 1960 ela voltou em Um Biruta em Órbita, que ele fez com Gordon Douglas. O próprio Douglas já a havia dirigido em outra comédia, Rififi no Safári, com Bob Hope. Com Frank Sinatra e Dean Martin, fez o western cômico Quatro Heróis do Texas. Na fase de decadência, voltou aos filmes vagabundos – o terror A Freira Assassina. Casou-se duas vezes, com Anthony Steel e Rick Van Nutten, mas seu grande amor teria sido o milionário Gianni Agnelli, dono da Fiat, com quem teve um tórrido affair.

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