Após fazer história ao conduzir a Islândia à primeira Copa do Mundo disputada pelo país, o técnico Heimir Hallgrimsson deixou o comando da seleção. A Federação Islandesa de Futebol (KSI, na sigla em islandês) informou nesta terça-feira que o treinador resolveu deixar o cargo em uma decisão pessoal, encerrando um longo período de sete anos na equipe nacional.
Além de levar a Islândia ao Mundial realizado na Rússia, o comandante formou uma dupla de técnicos com o sueco Lars Lagerback na histórica campanha na qual a equipe nórdica surpreendeu ao avançar às quartas de final da Eurocopa de 2016, na França, onde eliminou a Inglaterra nas oitavas.
Depois da saída de Lagerback, Hallgrimsson assumiu inteiramente o comando técnico do time nacional e fez história ao triunfar nas Eliminatórias Europeias da Copa de 2018, sendo que em solo russo dirigiu a seleção do país com a menor população a disputar um Mundial em todos os tempos.
Em sua campanha na Rússia, a Islândia estreou com um surpreendente empate por 1 a 1 com a Argentina de Lionel Messi, mas depois acabou sendo eliminada na fase de grupos ao sofrer derrotas para Nigéria, por 2 a 0, e Croácia (2 a 1), que depois viria a se tornar vice-campeã mundial.
Presidente da Federação Islandesa de Futebol, Gudni Bergsson, lamentou o pedido de demissão de Hallgrimsson, mas agradeceu ao treinador pelo grande trabalho realizado e exaltou o fato de que ele conseguiu fazer o país elevar muito o seu status no futebol mundial.
“O futebol islandês nunca foi tão proeminente e nunca foi visto com tanta atenção na Islândia e no exterior como agora”, afirmou o dirigente, revelando também que tinha “grandes esperanças” de que o técnico poderia seguir à frente da seleção. Porém, disse entender a decisão do comandante. “Gostaria de agradecer pela sua cooperação e desejar a ele tudo de bom no futuro. A KSI vai agora dar o próximo passo para a contratação de um novo treinador nacional”, avisou, por meio de comunicado divulgado no site oficial da entidade.
Neste mesmo comunicado, Hallgrimsson comemorou o fato de ter integrado a seleção e conduzido o time nacional a feitos expressivos e inéditos. “Sinto-me confortável e grato por ter feito parte desse forte espírito de equipe, que esse grupo manteve em primeiro lugar. E por fazer parte de um grupo que abriu caminho para as gerações futuras e fez tantas coisas pela primeira vez na história. É um privilégio deixar o projeto em um momento como o de hoje. Com os jogadores no topo da carreira e o grupo com muita experiência”, afirmou o treinador, que depois destacou que os bons resultados recentes e o desempenho em campo “criaram respeito pelo futebol islandês”.
O técnico ainda enfatizou que “os projetos pela frente são grandes e empolgantes” e agradeceu a todos que o ajudaram nesta longa jornada na seleção, assim como desejou o “melhor sucesso a todos” nos próximos desafios da Islândia.