A crise no departamento de futebol do Cruzeiro se ampliou nesta sexta-feira. Um dia após o vice-presidente de futebol Bruno Vicintin anunciar a sua saída do clube, o ex-jogador Paulo César Tinga seguiu os seus passos e comunicou que deixará o cargo de gerente de futebol do clube mineiro no fim de 2017.
As mudanças na gestão do futebol do Cruzeiro se dão na sequência da eleição presidencial do clube, realizada na última segunda-feira e vencida por Wagner Pires. Ele era o candidato da situação, mas, por divergências nos últimos dias, o presidente Gilvan de Pinho Tavares rompeu com o sucessor recém-eleito, o que desatou a sequência de mudanças. Vicintin será sucedido no Cruzeiro por Itair Machado, enquanto o cargo de Tinga ainda não possui uma definição clara sobre quem vai ocupá-lo.
Em um longa declaração, nesta sexta-feira, na Toca da Raposa II, Tinga explicou que decidiu deixar o Cruzeiro por uma “questão de princípios”, mas tentou garantir que a sua saída não está atrelada a Vicintin, embora tenha elogiado o dirigente e outros nomes do clube que trabalharam ao seu lado nos últimos anos, na sua primeira experiência na gestão de um time de futebol.
“Não estou deixando o Cruzeiro, apenas estou acompanhando os meus princípios. Quando cheguei aqui, sem muita experiência em algumas áreas, as pessoas que mais me ajudaram foram o Guilherme Mendes, o Pedro Moreira e o Klauss e o Bruno Vicintin por ser o nosso vice-presidente de futebol também me ajudou muito, mas a minha decisão não está atrelada a decisão de ninguém. Não saio porque o Bruno saiu, saio porque acompanho aquilo que tenho como princípios e de gratidão que tive em toda minha carreira e em toda minha vida. Jamais vou deixar para trás as pessoas que me ajudaram”, afirmou.
Tinga explicou também que optou por ficar no Cruzeiro até o final da temporada, o que definiu como um “compromisso” com Gilvan. Além disso, destacou a importância de a equipe terminar bem o Campeonato Brasileiro, embora a vaga na próxima edição da Copa Libertadores tenha sido assegurada com a conquista da Copa do Brasil.
“Além do compromisso com o presidente, tenho o compromisso mais importante que é com os jogadores, com a comissão técnica e com os funcionários. Para ganhar um campeonato, passamos muitas dificuldades juntos e conseguimos superá-las. E para isso acontecer a gente promete e faz muitos acordos com os jogadores daquilo que é de merecimento, então tenho obrigação de ficar aqui até dezembro para brigar por tudo que for de condições deles e também acredito que nós temos ambição dentro da competição”, disse.
Tinga defendeu o Cruzeiro entre 2012 e maio de 2015, quando se aposentou dos gramados. Ele retornou ao clube mineiro em dezembro de 2016 como gerente de futebol, tendo trabalhado para estreitar o relacionamento entre os dirigentes e o elenco. Agora, porém, optou por deixar a sua função no momento em que o time passa por uma crise política.