Economia

Atacadistas esperam vendas estáveis do 2º semestre ante ano anterior, diz Abad

O setor de distribuição, que atende sobretudo pequenos varejistas de alimentos e outros itens básicos, acredita em um cenário de estabilização dos negócios no segundo semestre de 2016 na comparação com igual período do ano anterior. A Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad) planeja um volume de negócios igual ao do ano passado para as negociações com fornecedores no segundo semestre que ocorrem durante um evento setorial.

A previsão é de que negócios no total de R$ 20 bilhões sejam firmados durante o Encontro Nacional da Cadeia de Abastecimento (Enacab), evento que ocorre em São Paulo a partir de 8 de agosto e é tido como um agregador dos pedidos que definirão o restante do ano para o setor. O fato de o volume esperado ser igual ao do ano passado indica uma expectativa de estagnação diante do cenário ainda desafiador para o consumo.

O presidente da entidade, José do Egito Frota Lopes Filho, considera que o cenário não tem sido bom. Ele avalia, porém, que há disposição da indústria para negociações que terminem em propostas de preço mais favoráveis.

O vice-presidente da entidade, José Costa, comenta que as transações entre distribuidores e indústrias têm sido pautadas pela maior necessidade de promover ofertas aos consumidores. “Nos surpreende o quanto os consumidores reagem bem a ofertas e elas têm feito o volume de um determinado produto vender de cinco a oito vezes mais”, comenta. “As indústrias estão percebendo isso e estão um pouco mais abertas (a negociação de preços)”, conclui.

As vendas do setor atacadista e distribuidor cresceram 9,28% em termos nominais entre janeiro e abril deste ano na comparação com igual período do ano anterior. O resultado, que ainda representa uma queda real de 0,59%, descontada a inflação, foi considerado sinal de uma tendência de melhora nas vendas, as quais haviam recuado 7,94% no ano passado em termos reais ante 2014.

Para o superintendente executivo da Abad, Oscar Attisano, os números indicam que o resultado de 2016 ainda pode ser negativo. “Estamos acreditando em uma recuperação a partir de 2017”, afirma.

Para Lopes Filho, o setor tem se esforçado para reagir ao novo cenário reduzindo custos. A própria feira de negócios, que tradicionalmente ocorria em regiões do Nordeste ou do Sul do País, se fixa em São Paulo para reduzir gastos dos participantes.

O presidente da Abad destaca ainda que os atacadistas têm buscado parcerias para redução de custo logístico. Em muitos casos, diferentes grupos de distribuição que atendem a um mesmo cliente estão procurando unificar a entrega e evitar o envio de vários caminhões a um mesmo endereço.

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