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Avião viajará o mundo com energia solar

Na pista, um avião com a dimensão de um Boeing 747. Mas, ao seu lado, duas bicicletas dão o primeiro impulso. Nesta segunda-feira, 9, em Abu Dabi, uma viagem que promete ganhar tom épico foi lançada. Pela primeira vez na história, um avião tentará dar a volta ao mundo sem usar gasolina ou diesel. Trata-se do Solar Impulse-2, movido a energia solar e que, após 16 anos de investimentos e pesquisas, decolou.

Nos próximos cinco meses, o projeto suíço e financiado por grandes investidores – como os Emirados Árabes, o príncipe Albert de Mônaco e Al Gore – percorrerá os continentes. O primeiro trajeto, dos Emirados Árabes a Omã, levaria só uma hora em um avião comercial. Mas, no caso do Solar Impulse, a viagem durou 12 horas para percorrer 400 quilômetros. O tempo, no entanto, é o que menos importa para os pilotos e os cientistas. O Solar Impulse virou um laboratório de soluções tecnológicas. Cerca de 80 pessoas trabalharam para construir o avião com asas que medem 72 metros, mas com peso de um carro. No total, 17 mil células solares captam a energia e alimentam as baterias da aeronave, que pode voar entre 50 e 100 km/h.

A baixa velocidade do avião, porém, representará um desafio para os pilotos suíços que vão se revezar no comando, Andre Borschberg e Bertrand Piccard. Para cruzar o pacífico, passarão até cinco dias e cinco noites sem dormir. Poderão apenas descansar por 20 minutos, quando as condições meteorológicas e técnicas permitirem. Um centro de comando em Mônaco acompanhará o voo minuto a minuto.

“Estou confiante de que temos um avião muito especial e que vai nos permitir cruzar os oceanos”, afirmou Borschberg. “Há 16 anos, tive o sonho de voar pelo mundo sem combustível, apenas com energia solar. Agora, vamos realizar isso”, disse Piccard.

Objetivo

Em cada etapa, os pilotos visitarão escolas e darão palestras. Ninguém na equipe do Solar Impulse acredita que a instalação de painéis solares nos aviões acontecerá a curto prazo.

Mas cientistas apostam que a energia solar possa ser a principal fonte de eletricidade em 2050. Em alguns países europeus, a previsão é de que ela poderá competir com o gás em 2017. Nos Estados Unidos, empregos criados pela energia solar já superam os do carvão.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, comemorou o início da viagem, afirmando que era “histórica”. “Vamos nos inspirar no exemplo e esforço desse projeto para energizar o poder do multilateralismo para lidar com as mudanças climáticas”, disse. “Com a mesma determinação desses pilotos, podemos voar para um novo futuro sustentável.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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