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Barbosa prevê resultado primário do setor público em -0,34% em 2016

A proposta de Lei Orçamentária de 2016, apresentada nesta segunda-feira, 31, pelo governo prevê que o resultado primário do setor público seja negativo em 0,34% no próximo ano. Como o déficit projetado para a União é de 0,5% do PIB (R$ 30,5 bilhões), a proposta embute uma expectativa de resultado positivo de Estados e municípios. O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, não detalhou os números ainda.

Para 2017, a projeção é de um superávit primário do setor público de 1,3% do PIB. Para os dois anos seguintes, a previsão é de superávits de 2% do PIB em cada ano.

Para o resultado nominal, a expectativa é que passe de -7% neste ano para -5,86% em 2016. Para 2017, a previsão é de déficit de 3,54%, para 2018, -2,6%, e, para 2019, -2,58%.

Barbosa negou que haja irregularidade no envio, ao Congresso, de uma proposta orçamentária que preveja déficit. “A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece que você tem que mandar o Orçamento como uma meta, não estabelece se tem de ser positivo ou negativo, e por isso não há problema em uma meta negativa”, disse. Ele afirmou ainda que entregar um Orçamento que contenha déficit passa uma imagem realista para o mercado financeiro.

“É um orçamento realista e há soluções para enfrentar esse déficit”, garantiu o ministro. Ele explicou que as ações para enfrentar esse déficit passam pelas despesas, que, segundo ele, 90% têm caráter obrigatório ou semiobrigatório. “A redução dessas despesas envolve medidas legais que precisam ser enviadas ao Congresso. Em paralelo a esse Orçamento, temos ações para construir reformas de longo prazo, políticas de longo prazo, para controlar os principais gastos da União”, afirmou. “É possível controlar esses gastos e ainda assim atender às demandas da população”, disse. Depois de propor discussões sobre o funcionamento da Previdência Social, o ministro ressaltou que o governo tomará as mesmas medidas com a saúde e o funcionalismo público. “É preciso discutir evoluções mais amplas no caso da saúde”, ponderou.

Para Barbosa, o maior desafio fiscal do Brasil e da sociedade é controlar o crescimento dos gastos obrigatórios. “Isso significa olhar o cenário e as fontes e usos de recursos para Saúde, olhar a política de longo prazo para o funcionalismo público, por exemplo”, disse.

Minha Casa Minha Vida

Ele afirmou que o governo procurou fazer uma proposta de despesas que seja realista e adequada aos recursos disponíveis, o que implicou revisão de metas e programas. Ele deu o Minha Casa Minha Vida como exemplo dessas revisões. Segundo o ministro, a maior parte dos recursos está focada para as unidades que estão em andamento na fase 2; a fase 3 deve começar com novas contratações, mas com velocidade menor.

“A gente revisou metas, como no caso do Fies. Teve revisão do PSI, que é do BNDES. O Plano Safra também foi revisado. Junto com o Ministério da Educação, revisamos o Pronatec e o Ciência Sem Fronteiras”, relatou. “Eles (os programas revisados) continuam, mesmo em cenário de maior restrição fiscal que enfrentamos neste e no próximo ano”, argumentou.

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