Em linha com o discurso do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, e da presidente Dilma Rousseff, o Banco Central manteve na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) divulgada nesta quinta-feira, 10, a premissa de relação de 0,70% para o superávit em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) em 2016 como referência para a trajetória de superávit primário. A manutenção se dá mesmo após a informação de que o orçamento da União do ano que vem será deficitário em R$ 30,5 bilhões,
Com o orçamento deficitário, o governo deixou de lado a meta de superávit fiscal estabelecida para o setor público consolidado no próximo ano e passou a trabalhar com uma previsão de déficit de 0,34%. Isso porque o rombo no orçamento da União equivale a 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto, ao mesmo tempo, o governo projeta um resultado fiscal positivo de 0,16% do PIB para Estados e municípios.
Na ata passada, o BC havia atualizado seus parâmetros depois da mudança da meta fiscal anunciada pelo Ministério da Fazenda. Para 2015, no lugar de um superávit de R$ 66,3 bilhões, o Banco Central passou a contar com uma relação de 0,15% do PIB, o que permanece agora. Para 2016, a referência passou a ser a de uma economia de 0,70% do PIB ante a premissa de 2% do documento anterior. A redução da meta fiscal apresentada pela Fazenda anunciou foi de 1,13% do PIB para 0,15%. Em termos nominais, o valor passou de R$ 66,3 bilhões para R$ 8,7 bilhões.
Pela primeira vez esta semana, o mercado financeiro previu uma relação negativa para o superávit primário deste ano na comparação com o PIB. Segundo a abertura do Relatório de Mercado Focus, divulgado toda segunda-feira pelo BC, essa relação está em -0,10% agora. Vale lembrar que, há uma semana seguia estável e que essa taxa já chegou a ser superior a 2%. Para 2016, a piora das expectativas também é latente. A mediana está hoje em 0,20% – ante 0,50% da semana passada, mas é preciso destacar que há apenas um mês, a previsão era de 1%.