Após oito anos à frente da operação do Deutsche Bank, primeiro no Brasil e depois também na América Latina, Bernardo Parnes está de saída do banco. Com a decisão, o cargo de presidente para a região deixa de existir e a supervisão da unidade brasileira ficará sob a responsabilidade do italiano Renato Grelle, atual diretor de Mercado de Capitais.
“Desde outubro, quando o banco iniciou um processo global de reestruturação, venho amadurecendo a decisão. É o fim de um ciclo”, diz Parnes. “Em mais de 30 anos de mercado financeiro, nunca tive tempo para parar e pensar no que queria fazer. Dessa vez, não tenho nada de concreto propositadamente.”
Parnes ficará no banco até meados de agosto para fazer a transição para Grelle, que passará a exercer o cargo em 1º de junho. Italiano, o executivo faz parte dos quadros do Deutsche Bank desde 1999, mas está há apenas um ano no País.
Ex-presidente do banco de investimentos do Bradesco (BBI) e da Merrill Lynch no Brasil, Parnes assumiu a presidência do Deutsche Bank no País em 2008. Três anos depois, ficou responsável pelos negócios na América Latina. O executivo foi ainda diretor-executivo da JSI Investimentos Ltda., que faz parte do Grupo Safra.
Reestruturação
Em 2015, o Deutsche Bank anunciou um plano de ajustes global, batizado de Estratégia 2020, que incluía a saída de 10 países – quatro deles na América Latina – e o corte em todo o mundo de mais de 30 mil postos de trabalho em dois anos.
Com forte atuação nos Estados Unidos e no Sudoeste Asiático, o banco europeu viu a América Latina perder espaço no seu portfólio nos últimos tempos, em função da retração dos mercados na região. Diante desse cenário, a instituição decidiu vender as operações da Argentina e do México e devolver as licenças no Chile e no Peru.
Com as mudanças, a atuação do Deutsche Bank na região ficou restrita ao Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.