Estadão

Boa Vista: índice de inadimplência dos consumidores sobe 5,1% em abril ante março

O índice de consumidores inadimplentes no País cresceu em abril nas duas bases de comparação, mostram dados da Boa Vista. Em relação a março deste ano, houve alta de 5,1% nos registros de pessoas que descumpriram seus compromissos financeiros. No confronto com abril de 2020, o aumento foi de 5,8%. Já no acumulado de 12 meses, a taxa de inadimplentes ficou praticamente inalterada, em queda de 21,3%, após declínio de 21,4% visto antes.

Conforme a empresa, a inadimplência tem possibilidade de continuar subindo, uma vez que o mercado de trabalho segue fragilizado pela pandemia de covid-19 e o programa de auxílio emergencial, retomado em abril, deve ter efeito reduzido sobre o indicador.

"Além disso, outras medidas, como o adiantamento do 13º salário de funcionários públicos, também podem ajudar a impedir uma alta súbita da inadimplência nos próximos meses, mas não a ponto de reverter a tendência de elevação", estima.

A despeito do resultado ainda negativo do índice acumulado em 12 meses até abril, a indicação é de que o indicador atingiu um ponto de inflexão, quando a tendência se inverte, afirma a nota. Em março, "dado que, até aquele período, a queda era de 22,2% e, agora, desacelerou para 14,6% nos dados acumulados de janeiro a abril. As variações mensais de fevereiro até aqui também corroboram com essa tese."

Em fevereiro foi observada queda de 3,5% nos registros dessazonalizados, enquanto em março o indicador subiu 0,8% na mesma base de comparação e o resultado de abril (5,1%) reforça essa análise, conforma a Boa Vista.

No mesmo sentido, acrescenta, está o nível de inadimplência das famílias com recursos livres, divulgada pelo Banco Central (BC), lembrando que no mês passado registrou a primeira elevação após nove meses.

Apesar do aumento da inadimplência, o índice de recuperação de crédito subiu 3,5% em abril ante março e cresceu 2,8% em relação ao quarto mês de 2020. Com isso, a queda acumulada em 12 meses diminuiu de -1,2% para -0,8%. Em 2021, acumula alta de 3,2%.

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