Bolsa emenda segunda sessão em alta e testa os 102 mil pontos na máxima do dia

Após ter reconquistado ontem o nível dos 100 mil pontos logo no dia seguinte a tê-lo perdido, o Ibovespa seguiu conectado ao bom humor externo para emendar esta quarta, 15, a segunda sessão com ganho acima de 1%, que o deixou aos 101.790,54 pontos (+1,34%) no fechamento desta quarta-feira, mostrando fôlego para testar a linha dos 102 mil na máxima do dia e renovando o maior nível de encerramento desde 5 de março (102.233,24 pontos). No intradia, a caminho do fim da sessão, foi hoje aos 102.113,51 pontos (+1,67%), mantendo-se no maior nível desde 6 de março (102.230,50 pontos), saindo de mínima a 100.444,28 pontos.

Assim, neste dia de vencimento de opções sobre o Ibovespa, com giro financeiro relativamente acomodado para a ocasião (R$ 39,6 bilhões), o índice à vista permaneceu ao longo de todo o pregão acima dos 100 mil pela primeira vez desde 5 de março, quando a volatilidade diária se acentuava, chegando a quase 6,7 mil pontos naquela data – e a nada menos de 16.614 pontos entre a mínima (68.488,29) e a máxima (85.103,19) de 12 de março. Nesta data, o Ibovespa fechou em queda de 14,78%, a pior da B3 no período de pandemia, o que colocava a perda de valor de mercado da Petrobras acima de R$ 140 bilhões naquela semana de derretimento dos mercados.

Hoje, pela quinta sessão consecutiva, o índice se manteve ao menos a 100 mil na máxima intradia, começando a mostrar força para sustentar a marca e buscar novas linhas, desde que o exterior também permaneça positivo. Na semana, o Ibovespa avança 1,76%, acentuando os ganhos no mês a 7,09% e limitando as perdas no ano a 11,98%.

Nesta quarta-feira bem distinta daquela quinta de queda livre nos mercados globais, a ação PN da Petrobras fechou em alta de 1,92% e a ON, de 2,37%, com os contratos futuros da commodity refletindo o otimismo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) para a recuperação da demanda pelo insumo. O grupo de produtores anunciou que deve reduzir os cortes na produção, de 9,7 milhões de barris por dia (bpd) para "8,1 ou 8,2 milhões de bpd" a partir de agosto. A medida, de acordo com o cartel, reflete a retomada do consumo do petróleo.

"O otimismo em torno de vacina para a Covid -19 continua a sustentar a recuperação dos mercados, a partir de fora, melhorando a perspectiva para o ano em um contexto de juros muito reduzidos, o que alimenta o fluxo. Se as ações da Vale não estivessem realizando um pouco a forte alta de ontem (7%), colocando parte do setor de siderurgia também em baixa na sessão, talvez o Ibovespa já estivesse hoje nos 102 mil pontos", dizia mais cedo Ari Santos, operador de renda variável da Commcor, que vê o índice da B3 entre 110 e 115 mil pontos no fechamento do ano.

Perto do fim da sessão, a constatação chegou a se concretizar, temporariamente: as ações da Vale viraram e passaram a subir, ainda que moderadamente (+0,15% no fechamento), levando consigo por algum tempo o setor de siderurgia, à exceção de CSN, que se manteve em baixa de 2,13%, na ponta negativa do Ibovespa. Ao final, boa parte do setor de siderurgia fechou mesmo em baixa, mas, além de Vale, outras ações também mostraram melhor fôlego no fim da sessão, como a da Embraer, que depois das 16h50 renovava máximas, na ponta do Ibovespa – ao final, ainda liderava o índice, com ganho de 9,86% na sessão, seguida por CVC (+8,71%) e Sabesp (+8,06%) no dia da sanção presidencial ao marco do saneamento.

"A Helvetic Airways revisou pedido para aviões, maiores do que os originalmente solicitados, elevando o pedido com quatro aeronaves, o que é bom para a empresa (Embraer)", diz Cristiane Fensterseifer, analista de ações da Spiti.

No quadro mais amplo, "dois laboratórios – o americano Moderna e o europeu Astra Zeneca, associado à Universidade de Oxford – estão reportando 100% de criação de anticorpos em seus testes para a vacina contra o novo coronavírus. É muito animador, e o mercado tem refletido a expectativa por uma vacina antes do que se esperava", diz Jefferson Laatus, estrategista-chefe do Grupo Laatus.

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