Estadão

Bolsas da Europa fecham mistas, com eleição na França, guerra e juros de títulos

Os principais índices acionários da Europa ficaram mistos nesta segunda-feira, 11, enquanto juros de títulos no continente subiram. Operadores monitoram notícias sobre a guerra e seu impacto na inflação, enquanto aguardam dados referentes ao Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos. O primeiro turno da eleição presidencial na França também está em foco.

O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 0,59%, a 458,26 pontos.

Os candidatos Emmanuel Macron e Marine Le Pen foram ao segundo turno das eleições francesas, que tiveram início neste domingo, 10. Uma apuração parcial do Ministério do Interior do país sinaliza que Macron deve seguir no cargo. A Capital Economics destaca, entretanto, que a corrida eleitoral segue acirrada. Ainda assim, o CAC 40 subiu 0,12%, a 6.555,81 pontos. As ações do Société Générale estiveram em destaque, com alta de 4,96%, depois do banco anunciar que irá vender seus ativos na Rússia e deixar o país.

O FTSE 100, por sua vez, caiu 0,67%, a 7.618,31pontos, em Londres. Em relatório, a CMC Markets destaca que a queda nos preços de petróleo pesaram sobre o setor de energia, com preocupações crescentes sobre a demanda chinesa pela commodity, em meio às restrições para conter a covid-19. "As preocupações sobre preços crescentes de energia estão no foco de investidores nesta semana, com as leituras mais recentes do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido, Alemanha e Estados Unidos", afirma o analista-chefe para mercados, Michael Hewson. "A expectativa é que todos atinjam máximas em vários anos, aumentando a pressão para que seus bancos centrais apertem a política monetária mais rapidamente".

Ainda sobre inflação e a divergência entre países, o ING avalia que o Banco Central Europeu (BCE) não precisa ficar "tão preocupado". A divergência no núcleo da inflação é "muito menor" do que a inflação em si, uma vez que os preços de energia lideram a alta. O banco alemão destaca que o aumento recente nos retornos de bonds e a ampliação dos <i>spreads</i> poderiam agravar o problema de estagflação no BCE, uma vez que juros mais altos e piores condições de financiamento têm impacto mais forte no crescimento do que na inflação.

Hoje, os rendimentos do bônus de 10 anos na Alemanha, os Bunds, atingiram o maior nível desde 2015, a 0,820%. Os retornos dos bônus soberanos de longo prazo no Reino Unido, os Gilts, também subiram, logo após a divulgação da queda inesperada na produção industrial britânica em fevereiro.

Em Frankfurt, o DAX caiu 0,64%, a 14.192,78 pontos, e em Milão, o FTSE MIB recuou 0,28%, a 24.749,49 pontos.

A guerra entre Rússia e Ucrânia segue no radar dos investidores, com avaliação de seus impactos econômicos. Hoje, o principal diplomata da União Europeia, Josep Borrell, disse que nenhuma decisão foi feita sobre banir importação de petróleo e gás russo, mas que opção segue sendo considerada pelos Estados-membros.

Nas praças ibéricas, o PSI 20 subiu 0,09%, a 6.111,74 pontos, e o IBEX 35 cede 0,25%, a 8.585,00 pontos, conforme dados preliminares.

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