Estadão

Bolsas de NY fecham em alta, com possibilidade de diplomacia com Rússia e Fed

As bolsas de Nova York fecharam em alta nesta sexta, 25, em uma sessão marcada por sinalizações de que a Rússia poderia estar disposta a entrar em tratativas diplomáticas para resolver sua confrontação militar com a Ucrânia. Outro elemento observado por investidores foram as perspectivas de aperto monetário pelo Fed, que, com as incertezas colocadas à economia global pelo conflito no leste da Europa, indicam uma potencial desaceleração.

O Dow Jones fechou em alta de 2,51%, em 34058,75 pontos, o S&P 500 avançou 2,24%, a 4384,65 pontos, e o Nasdaq subiu 1,64%, a 13694,62 pontos. Na comparação semanal, o Dow Jones caiu 0,06%, o S&P 500 avançou 0,82% e o Nasdaq teve ganho de 1,08%.

Mesmo com as tropas russas se aproximando de Kiev, o "apetite pelo risco aumentou com o sinal de Moscou de que poderia estar pronto para conversar com o governo ucraniano", aponta Edward Moya, analista da Oanda. Ainda assim, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, está exigindo que a Ucrânia se renda antes que as discussões possam acontecer, "então não surpreenderia ninguém se as negociações não acontecessem", pondera Moya.

Além disso, o analista aponta que as ações estão subindo com Wall Street antecipando a relutância do Fed em ser excessivamente agressivo com o aperto da política monetária, para que possam amortecer um golpe no crescimento par conter o conflito Rússia-Ucrânia. Neste quadro, os bancos tiveram algumas das principais altas da sessão, com Goldman Sachs (+2,92%), Morgan Stanley (+2,98%) e JPMorgan (+2,37%).

Hoje, a presidente do Fed de Cleveland, Loretta Mester, garantiu que a autoridade monitora o quadro geopolítico. Ela notou que já vemos altas nos preços das commodities, inclusive do petróleo, e disse que a situação pode provocar "alguma desaceleração" na economia americana. Hoje, ações de petroleiras tiveram ganhos importantes, com avanço de ConocoPhillips (+4,04%), Chevron (+4,10%) e ExxonMobil (+2,69%).

Para Moya, a volatilidade do mercado de ações não desaparecerá tão cedo e "se os mercados financeiros se convencerem de que a incerteza decorrente das tensões Ucrânia-Rússia ameaçará o crescimento global e intensificará as pressões inflacionárias, os investidores hesitarão em permanecer mais expostos ao risco, avalia.

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