Estadão

Bolsas de NY fecham em baixa, com temores por setor bancário e default, e de olho no Fed

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta sexta-feira, 12, em um cenário de cautela diante da persistência dos riscos no setor bancário e as ameaças de um default pelo governo dos Estados Unidos. Além disso, o dia contou com a publicação de indicadores econômicos que reforçaram a visão de maior aperto monetário pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), o que também foi indicado pelos comentários de uma diretora da autoridade.

O índice Dow Jones encerrou o pregão em queda de 0,03%, a 33.300,62 pontos; o S&P 500 caiu 0,16%, a 4.124,08 pontos; e o Nasdaq recuou 0,36%, a 12.284,74 pontos. Na semana, as baixas foram de 1,11%, 0,29%, respectivamente, e alta de 0,40% do Nasdaq.

As ações dos EUA estão mais fracas com a persistência do nervosismo bancário e após uma dose constante de lembretes de todos os riscos que permanecem sobre a mesa, avalia Edward Moya, analista da Oanda.

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, reiterou que um default no país seria "uma catástrofe econômica e financeira". Além disso, a diretora do Fed Michele Bowman alertou que a autoridade provavelmente precisará aumentar ainda mais as taxas de juros e mantê-las mais altas por algum tempo se a inflação continuar elevada.

Uma guinada agressiva na linguagem do Fed para um viés dovish parece menos provável após a Universidade de Michigan informar queda no índice do sentimento do consumidor e aumento nas expectativas de inflação de 10 anos, disse nesta sexta a Pantheon Macroeconomics.

As expectativas de inflação de longo prazo saltaram para uma alta de 12 anos em 3,2%. Além da deterioração do sentimento e das condições atuais, as expectativas caíram para os níveis mais baixos desde julho. "O consumidor está ficando bastante sombrio e se as expectativas de inflação continuarem elevadas, isso pode forçar o Fed a apertar ainda mais", avalia Moya.

"Dada toda a resiliência da economia dos EUA que vimos até agora, é difícil argumentar que estamos vendo fraqueza suficiente no setor de serviços para justificar qualquer chance de que a inflação caia para 3,0% em breve. A menos que a crise de crédito piore muito ou o Fed acabe tendo que entregar mais aumentos de juros, podemos ver o processo de desinflação sofrer nos próximos meses", afirma o analista da Oanda.

Entre os papéis, a Walt Disney caiu 0,35%, seguindo ainda a derrocada desde a publicação de seu balanço. A Tesla recuou 2,38%, em meio a especulações sobre o CEO da empresa, Elon Musk. O bilionário confirmou, nesta sexta, que Linda Yaccarino, ex-executiva da emissora NBC, o substituirá no cargo de CEO do Twitter.

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